sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Lectio Divina - 12/12/14



DIA 12/12/14
PRIMEIRA LEITURA: Galatas 4,4-7
  •          Cristo, que nasceu sujeito à lei, libertou os fiéis da lei e também da escravidão. Ele oferece a possibilidade de sermos filhos, não escravos. E o próprio Deus confirma nossa posição como seus filhos enviando o espírito de seu Filho, que possibilita ao fiel falar intimamente com Deus Pai, "Abbá". Contrapondo-se ao egoísmo, a ação do Espírito cria um novo tipo de relacionamento dos homens entre si e com Deus: a relação de família. Agora podemos chamar Deus de Pai, pois somos seus filhos. E isso é a base para as relações sociais recompostas: o clima de família se alastra, porque todos são irmãos. A herança prometida por Deus aos "que são guiados pelo Espírito" consiste em participar do Reino. Mas isso implica a seriedade de um testemunho, como o de Jesus Cristo.

ORAÇÃO INICIAL
  • Senhor, que teu povo permaneça em vigília aguardando a vinda de teu Filho, para que, seguindo os ensinamentos de nosso Salvador, saiamos a seu encontro, quando Ele chegar, com as lâmpadas acesas. Por Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém!
REFLEXÃO à Lucas: 1,39-47
·         O texto que nos é proposto faz parte do chamado “Evangelho da Infância”. Os estudos atuais falam do “Evangelho da Infância” como um gênero literário especial, que se pode chamar “homologese”: é um gênero que não pretende ser um relato fidedigno sobre acontecimentos, mas antes uma catequese destinada a proclamar as realidades salvíficas que a fé prega sobre Jesus (que Ele é o Messias, o Filho de Deus, o Deus conosco). Desenvolve-se em forma de narração e recorre às técnicas do midrash hagádico (uma técnica de leitura e de interpretação do Antigo Testamento usada pelos rabis judeus na época em que foi escrito o Novo Testamento). A “homologese” utiliza, de preferência, tipologias: fatos e pessoas do Antigo Testamento encontram a sua correspondência em fatos e pessoas do Novo Testamento. Pelo meio, misturam-se elementos apocalípticos (aparições, anjos, sonhos), destinados a fazer avançar a narração e a explicitar as idéias teológicas e a catequese sobre Jesus. É esta mistura de elementos que podemos encontrar no Evangelho de hoje: mais do que uma informação “jornalística” sobre fatos concretos, trata-se de uma catequese sobre Jesus, feita a partir de um conjunto de referências tiradas da mensagem e das promessas do Antigo Testamento.
·         A primeira referência vai para a indicação de que, à saudação de Maria, o menino (João Batista) saltou de alegria no seio da mãe. Trata-se, evidentemente, de uma indicação teológica: para Lucas, Jesus é o Deus que vem ao encontro dos homens, e que tem uma mensagem de salvação/libertação que concretiza as promessas feitas por Deus aos antepassados; logo, a presença de Jesus provoca a alegria, o estremecimento gozoso de todos aqueles que esperam a concretização das promessas de Deus e que vêem na chegada de Jesus a realização das promessas de um mundo de justiça, de amor, de paz e de felicidade para todos os homens. Através de Jesus, Deus vai oferecer a salvação a todos; e isso provoca um estremecimento incontrolável de alegria, por parte de todos os que anseiam pela concretização das promessas de Deus.
·         Temos, depois, a resposta de Isabel à saudação de Maria: “Bendita és tu entre as mulheres”. Trata-se de palavras que aparecem no “cântico de Débora” (cf. Jz 5,24) para celebrar Jael, a mulher que, apesar da sua fragilidade, foi o instrumento de Deus para libertar o Povo das mãos de Sísera, o opressor. Maria é, assim, apresentada – apesar da sua fragilidade – como o instrumento de Deus para concretizar a salvação/libertação dos homens.
·         Finalmente, temos a resposta de Maria: “a minha alma enaltece o Senhor…”. A resposta de Maria retoma um salmo de ação de graças (cf. Sl 34,4), destinado a dar graças a Jahwéh porque protege os humildes e os salva, apesar da prepotência dos opressores. É um salmo de esperança e de confiança, que exalta a preocupação de Deus para com os pobres que são vítimas da injustiça e da opressão. Sugere-se, claramente, que a presença de Jesus, através dessa mulher simples e frágil que é Maria, é um sinal do amor de Deus, preocupado em trazer a libertação a todos os que são vítimas da prepotência e da injustiça dos homens. Com Jesus, chegou esse tempo novo de libertação, de paz e de felicidade anunciado pelos profetas.
PARA REFLEXÃO PESSOAL
·         A presença de Jesus neste mundo é, claramente, a concretização das promessas de salvação e de libertação feitas por Deus ao seu Povo?
·         Com Jesus, anuncia-se a eliminação da opressão, da injustiça, de tudo aquilo que rouba e que limita a vida e a felicidade dos homens? 
ORAÇÃO FINAL
  • (SALMO 95/96)
  • Em vésperas de Natal, sejamos apressados, como Maria: ponhamo-nos a caminho rapidamente.




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