sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Lectio Divina - 30/01/15


DIA 30/01/15
PRIMEIRA LEITURA -- Hebreus 10,32-39
  • Hoje em dia, assistimos a uma perda progressiva do valor da FIDELIDADE. O consumismo e o materialismo no qual muitas vezes nos vemos envoltos nos fazem com facilidade mudar de marca, de utensílios, vai se criando em nós a necessidade da mudança e do utilitarismo, que se reduz a: já não me serve, ou muda ou não quero, o novo é melhor. Isto afeta todas as áreas da vida. Com grande tristeza, vemos como muitos de nossos jovens iniciam o matrimônio com estas idéias destrutivas. Em muitos deles não está o desejo de que seja para toda a vida, se as coisas não começam caminhar como eles pensavam, imediatamente surge a separação. Muitos deles não estão dispostos a lutar pelo que diziam amar. Nada neste mundo que esteja relacionado como o amor é fácil, pois, o egoísmo, promovido pelo demônio e seus aliados, o alimenta e procura continuamente destruir. Na vida de fé acontece o mesmo, muitos quiseram uma religião a sua maneira, que não apertasse e que não incomodasse, onde não existisse o compromisso e a perseguição. Nossa leitura nos convida a ser fiéis e a lutar pelo amor, por nossos valores, por nossa fé e não ser como “velas” movidas pelo vento do egoísmo e dos interesses do mundo. Coragem, nós somos homens e mulheres de fé, e a fé e o amor finalmente vencerão.
ORAÇÃO INICIAL
  • Deus todo poderoso e eterno: ajuda-nos a levar uma vida segundo a tua vontade, para que possamos dar em abundância frutos de boas obras em nome de Teu Filho predileto. Que vive e reina contigo. Amém.
REFLEXÃO -- Marcos 4,26-34
  • É bonito ver como Jesus busca na vida e nos acontecimentos elementos e imagens que possam ajudar a multidão a perceber e experimentar a presença do Reino. No evangelho de hoje Jesus, de novo, conta duas pequenas histórias que acontecem todos os dias na vida de todos nós: “A história da semente que cresce por si só” e “a história do grão de mostarda que cresce e se torna grande”.
  • A HISTÓRIA DA SEMENTE QUE CRESCE POR SI SÓ. O agricultor que planta conhece o processo: semente, broto, folha, espiga, trigo. Não usa a foice antes do tempo. Sabe esperar. Porém, não sabe como a terra, a chuva, o sol e a semente têm esta força de fazer crescer uma planta desde o nada até a fruta. Assim é o Reino de Deus. Segue um processo, tem etapas e prazos, cresce. Vai acontecendo. Produz fruto em um tempo determinado. Porém, ninguém sabe explicar sua força misteriosa. Ninguém é dono. Só Deus!
  • A HISTÓRIA DO GRÃO DE MOSTARDA QUE CRESCE E SE TORNA GRANDE. A semente de mostarda é pequena, porém, cresce e, no final, os pássaros fazem seu ninho entre suas ramas. Assim é o Reino. Começa bem pequeno, cresce e alarga seus ramos para que os pássaros façam seus ninhos. Começou com Jesus e uns poucos discípulos. Jesus, foi perseguido e caluniado, preso e crucificado. Porém, cresceu e seus ramos foram se estendendo. A parábola deixa uma pergunta no ar, pergunta que terá uma resposta mais adiante no evangelho. Quem são os passarinhos? E o texto sugere que se trata dos pagãos que poderão entrar na comunidade e participar no Reino.
  • O MOTIVO QUE LEVAVA JESUS A ENSINAR POR MEIO DE PARÁBOLAS. Jesus contava muitas parábolas. E percebia tudo na vida das pessoas! Assim, ajudava as pessoas a descobrir as coisas de Deus na vida cotidiana. Voltava ao dia a dia transparente. Já que o extraordinário de Deus se esconde nas coisas ordinárias e comuns da vida de cada dia. As pessoas entendiam as coisas da vida. Nas parábolas recebia a chave para abri-la e encontrar os sinais de Deus.
PARA REFLEXÃO PESSOAL
  • Jesus não explica as parábolas. Conta as histórias e provoca em nós a imaginação e a reflexão para a solução. O que você descobriu nestas duas parábolas?
  • O que na vida se torna transparente é o objetivo das parábolas. Ao longo dos anos, a sua vida se tornou transparente ou ocorreu o contrário?
ORAÇÃO FINAL
  • (SALMO 36/37)
  • Hoje meditarei naquelas coisas em que sou muito consumista, naquelas coisas ou situações que estou tomando como descartável e que ainda podem funcionar.





quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Lectio Divina - 29/01/15


DIA 29/01/15
PRIMEIRA LEITURA --  Hebreus 10,19-25
  • Já desde o tempo da primeira comunidade, seguramente que alguns cristãos pensavam, como o fazem hoje em dia, que não é necessário o assistir a missa dominical, que basta acreditar em Cristo (hoje inclusive só dizem em Deus), por isso o autor da Carta convida com veemência a não deixar de assistir a assembléia dominical. Certamente é fundamental a crença em Cristo, todavia, é na assembléia dominical, na Missa, onde se dá o culto perfeito a Deus, e ao ouvir a Palavra e receber a Eucaristia se fortalece a fé, a esperança e a caridade. Além disso, é a oportunidade de conviver com os irmãos que acreditam como nós e que estão procurando viver o Evangelho, é a oportunidade para crescer no amor e na alegria fraterna. Não deixemos nossa Celebração Eucarística cada domingo, lembremos das palavras de Jesus: “Quem come minha carne e bebe meu sangue tem a vida eterna” (Jo 6,54).
ORAÇÃO INICIAL
  • Deus todo poderoso e eterno: ajuda-nos a levar uma vida segundo a tua vontade, para que possamos dar em abundância frutos de boas obras em nome de Teu Filho predileto. Que vive e reina contigo. Amém.
REFLEXÃO -- Marcos 4,21-25
  • A LÂMPADA QUE ILUMINA. Naquele tempo não havia energia elétrica. Imaginemos o que segue. A família está em casa. Começa a escurecer. O pai se levanta, acende uma lamparina e a coloca debaixo de uma caixa ou de uma cama. Que dirão os demais? Gritaram: “Pai! Coloque em cima da mesa!”. Esta é a história que Jesus conta. Não explica. Apenas diz: Quem tiver ouvido para ouvir, que ouça. A Palavra de Deus é a lâmpada que deve ser acesa na escuridão da noite. Se ficar apenas escrita na Bíblia, fechada, é como uma lâmpada colocada debaixo de uma caixa ou de uma cama. Quando se junta com a vida e é vivida em comunidade, então, está colocada em cima da mesa e ilumina!
  • PRESTAR ATENÇÃO AOS PRECEITOS. Jesus pede aos discípulos que tomem consciência dos preceitos com que escutam o ensinamento que Ele oferece. Devem prestar atenção às idéias com que olham para Jesus. Se a cor dos olhos é verde, tudo parece verde. Se for azul, tudo parecerá azul. Se a idéia com a qual olhou Jesus está equivocada, tudo o que pensar sobre Jesus estará ameaçado de erro. Sem penso que o Messias, vai ser um rei glorioso, não vou entender nada do que Jesus ensina e vou entender tudo de maneira equivocada.
  • PARÁBOLAS: uma nova maneira de ensinar e de falar sobre Deus. A forma que Jesus tinha de ensinar era, sobretudo, por meio de parábolas. Tinha uma capacidade muito grande de encontrar imagens bem simples para comparar as coisas de Deus com as coisas da vida que as pessoas conheciam e experimentavam em sua luta diária para a sobrevivência. Isto supõe duas coisas: estar dentro das coisas da vida, e estar dentro das coisas do Reino de Deus.
  • O ENSINAMENTO DE JESUS ERA DIFERENTE DO ENSINAMENTO DOS ESCRIBAS. Era uma Boa Nova para os pobres, porque, Jesus revelava um novo rosto de Deus, no qual o povo se reconhecia e se alegrava: “Pai eu te louvo porque escondestes estas coisas dos sábios e entendidos e as revelastes aos pequenos. Sim, Pai, assim te pareceu melhor! (Mt 11,25-28)”.
PARA REFLEXÃO PESSOAL
  • Palavra de Deus, lâmpada que ilumina. Que lugar a Bíblia ocupa em minha vida? Que luz recebo dela?
  • Qual é a imagem de Jesus que está em mim? Quem é Jesus para mim e quem sou eu para Jesus?
ORAÇÃO FINAL
  • (SALMO 23/24)
  • Hoje farei os ajustes necessários para não faltar nenhum domingo a missa.






quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Lectio Divina - 28/01/15


DIA 28/01/15
PRIMEIRA LEITURA -- Hebreus 10,11-18
  • A maior novidade do Novo Testamento é que a lei de Deus não é uma lei escrita, mas, uma lei gravada no mais íntimo do nosso coração. É a habitação do Espírito Santo que nos leva com doçura e convicção a fazer o que agrada a Deus. Por isso, o cristão não se deixa levar por suas paixões, pois, é o Espírito quem conduz sua vida, de maneira que a lei do amor se manifeste em todo momento. Os mandamentos escritos por Moisés na rocha: Não matarás, não roubarás, não levantarás falso testemunho, etc., ficam superados por uma lei interior, que nos faz reconhecer em cada pessoa um irmão, o qual é sujeito de nosso amor, pelo que não só não faço o que a lei proíbe, mas impulsionado pelo amor de Deus, me sinto movido inclusive a perdoá-lo e a buscar seu bem em todo momento. Dê mais tempo a sua oração pessoal, que é como o “alimento” do Espírito, e verás como a lei do amor, impressa em teu coração, começa a desenvolver-se e se manifesta com ímpeto.
ORAÇÃO INICIAL
  • Deus todo poderoso e eterno: ajuda-nos a levar uma vida segundo tua vontade, para que possamos dar em abundância frutos de boas obras em nome de teu Filho predileto. Que vive e reina contigo. Amém!
REFLEXÃO -- Marcos 4,1-20
  • Sentado em um barco, Jesus ensina à multidão. Nestes versos, Marcos descreve de que forma Jesus ensinava as pessoas: na praia, sentado em um barco, muita gente ao redor para ouvir. Jesus não era uma pessoa culta (Jo 7,15). Não havia cursado uma escola superior em Jerusalém. Vinha do interior, do campo, de Nazaré. Era um desconhecido, meio campesino, meio artesão. Sem pedir permissão às autoridades, começou a ensinar as pessoas. Falava de forma muito distinta. O povo gostava de ouvi-lo.
  • Por meio de parábolas, Jesus ajudava o povo a perceber a presença misteriosa do Reino nas coisas da vida. Uma parábola é uma comparação. Usam-se coisas conhecidas e visíveis da vida para explicar as coisas invisíveis e desconhecidas do Reino de Deus. Por exemplo, o povo da Galiléia entendia de semeadura, terreno, chuva, sol, sal, flores, colheita, pesca, etc. E são exatamente estas coisas conhecidas as quais Jesus usa nas parábolas para explicar o mistério do Reino.
  • A parábola da semente retrata a vida dos camponeses. Naquele tempo, não era fácil viver da agricultura. O terreno era muito pedregoso. Havia muito mato. Pouca chuva, muito sol. Além disto, muitas vezes as pessoas cortavam o caminho passando pelos campos, pisavam as plantas (Mc 2,23). Mesmo assim, apesar de tudo isto, cada ano, o agricultor semeava e plantava, confiando na força da semente, na generosidade da natureza.
  • “O que tem ouvido para ouvir que ouça!” (Mc 4,3). O caminho para chegar a compreender a parábola é a busca: “Procurem entender!”. A parábola não diz tudo imediatamente, mas, leva a pensar e faz descobrir a partir da experiência que os ouvintes têm da semeadura. Suscita criatividade e participação. Não é uma doutrina que já chega pronta para ser ensinada e decorada. A parábola não dá água engarrafada, entrega a fonte. O agricultor que ouve diz: “A semente no terreno, seu sei o que é!. Mas, Jesus diz que isto tem a ver com o Reino de Deus. Que será?”. E alguém pode imaginar as longas conversas das pessoas! A parábola se mescla com as pessoas e leva a ouvir a natureza e a pensar na vida.
  • Jesus explica a parábola aos discípulos. Em casa, a sós com Jesus, os discípulos querem saber o significado da parábola. Não entendiam. Jesus percebeu sua ignorância (M 4,13) e respondeu por meio de uma frase difícil e misteriosa. Disse aos discípulos: “Vocês estão no  segredo do Reino de Deus, porém, aos de fora são feita as parábolas, de modo que por muito que olhem, não verão, e por mais que ouçam, não entenderão, não se converterão nem serão perdoados”. Esta frase faz com que as pessoas se perguntem: “Afinal, para que serve a parábola?”. Para esclarecer, ou, para esconder? Será que Jesus usa parábolas para que as pessoas continuem em sua ignorância e não cheguem a converter-se? É claro que não! Pois, em outra passagem Marcos diz que Jesus usava parábolas “segundo a capacidade dos ouvintes” (Mc 4,33).
  • A parábola revela e esconde ao mesmo tempo! Revela para “os de dentro”, que aceitam Jesus como Messias, Rei grandioso. Eles entendem as imagens da parábola, porém, não conseguem entender seu significado.
  • A explicação da parábola, parte por parte. Uma por uma, Jesus explica as partes da parábola, a partir da semeadura e do terreno, até a colheita. Alguns estudiosos pensam que esta explicação se ampliou depois. Seria uma explicação feita por alguma comunidade. É bem possível! Pois, naquele casulo da parábola está a flor da explicação. Casulo e flor, ambos, têm a mesma origem de Jesus. Por isto, podemos seguir a reflexão e descobrir outras coisas bonitas dentro da parábola. Uma vez, alguém perguntou em uma comunidade: “Jesus disse que devemos ser sal. Para que serve o sal”. Discutiram e ao final encontraram mais de dez finalidades para o sal. Aplicaram tudo isto na vida da comunidade e descobriram que ser sal é difícil e exigente. A parábola funcionou! O mesmo vale para a semeadura. Todos têm alguma experiência de semear.
PARA REFLEXÃO PESSOAL
  • Qual experiência tem de semear? Como te ajuda a melhor entender a Boa Nova?
  • Que tipo de terreno é você?
ORAÇÃO FINAL
  • (SALMO 109/110)
  • Hoje durante todo o dia direi, de todo coração e constantemente ao Espírito Santo: “Espírito Santo, habita-me, e santifica-me!”.






terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Lectio Divina - 27/01/15


DIA 27/01/15
PRIMEIRA LEITURA --  Hebreus 10,1-10
  • O autor conclui o argumento da parte principal do sermão com uma breve comparação do sacrifício de Cristo com os do ritual israelita a ser seguida por outra exortação. A imagem que fazem dos sacerdotes levíticos e de seus sacrifícios é triste, mas precisamos nos lembrar que Hebreus não está fazendo uma declaração antijudaica. A superioridade do sacrifício de Cristo e, consequentemente, do próprio cristianismo não está sendo estabelecida à custa de contemporâneos judeus do autor. Ele não fala das práticas judaicas atuais nem recentes, mas só do antigo ritual da tenda israelita descrito no Pentateuco. É a palavra de Deus na Bíblia que indica as limitações deste ritual e, ao mesmo tempo, aponta em direção ao significado de sua palavra falada no Filho. Ali é afirmado que Deus rejeita os sacrifícios de animais. Portanto, o autor interpreta o salmo como substituição a lei, a antiga aliança, pelo sacrifício do corpo de Cristo, que foi a vontade de Deus para seu Filho.
ORAÇÃO INICIAL
  • Deus todo poderoso e eterno: ajuda-nos a levar uma vida segundo tua vontade, para que possamos dar em abundância frutos de boas obras em nome de teu Filho predileto. Que vive e reina contigo. Amém!
REFLEXÃO -- Marcos 3,31-35
  • A família de Jesus. Os parentes chegam à casa onde se encontra Jesus. Provavelmente vinham de Nazaré. Dali até Cafarmaum são uns 40 km. Sua mãe estava com eles. Não entram, porém, enviam um recado: “Tua mãe, teus irmãos e tuas irmãs, estão ai fora e perguntam por ti!”. A reação de Jesus é firme: Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? E Ele mesmo responde apontando para a multidão que estava a seu redor: Aqui estão minha mãe e meus irmãos. Porque todo o que faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe! Para entender bem o significado desta resposta convém olhar a situação da família no tempo de Jesus.
  •  No antigo Israel, o clã, isto é, a grande família (a comunidade) era a base da convivência social. Era a proteção das famílias e das pessoas, a garantia da posse da terra, a via principal da tradição, a defesa da identidade. Era a maneira concreta que a pessoa tinha de encarnar o amor de Deus no amor ao próximo. Defender o clã era o mesmo que defender a Aliança.
  • Na Galiléia, no tempo de Jesus, por causa do sistema implantado durante os longos governos de Herodes Magno (37 aC a 4 aC) e de seu filho Herodes Antipas (4 aC a 39 dC), o clã (a comunidade) estava debilitado. Tinha que pagar impostos tanto ao governo como ao Templo, a divida pública crescia, dominava a mentalidade individualista da ideologia helênica, havia freqüentes ameaças de repressão violenta por parte dos romanos, a obrigação de acolher os soldados e hospedá-los, os problemas cada vez maiores de sobrevivência, tudo isto levava as famílias a fechar-se em suas próprias necessidades. Este fechamento era reforçado pela religião da época. Por exemplo, aqueles que dedicavam sua herança ao Templo, podiam deixar seus pais sem ajuda. Isto debilitava o quarto mandamento que era a segurança do clã (Mc 7,8-13). Além disto, a observância das normas de pureza era fator de marginalização para muita gente: mulheres, crianças, samaritanos, estrangeiros, leprosos, endemoninhados, publicanos, enfermos, mutilados, paralíticos.
  • E assim, a preocupação pelos problemas da própria família impedia que as pessoas se unissem em comunidade. Agora, para que o Reino de Deus pudesse manifestar-se na convivência comunitária das pessoas, as pessoas tinham que superar os limites estreitos da pequena família e abrir-se, novamente, para a grande família, para a Comunidade. Jesus nos dá o exemplo. Quando sua família procurou apoderar-se Dele, reagiu e ampliou a família: “Quem é minha mãe, quem são meus irmãos?”. Ele próprio da a resposta apontando para a multidão ao redor: Aqui estão minha mãe e meus irmãos! Porque todo o que faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe! (Mc 3,33-35). Criou a comunidade.
  • Jesus pedia o mesmo a todos os que queriam segui-lo. A família não podia fechar-se em si mesmas. Os excluídos e os marginalizados deviam ser acolhidos dentro da convivência e, assim, sentir-se acolhidos por Deus (cf. Lc 14,12-14). Este era o caminho para alcançar o objetivo da Lei que dizia: “Não deve haver pobres no meio de vocês” (Dt 15,4). Como os grandes profetas do passado, Jesus procura reforçar a vida comunitária nas aldeias da Galiléia. Ele retoma o sentido profundo do clã, da família, da comunidade, como expressão da encarnação do amor de Deus no amor para com o próximo.
PARA REFLEXÃO PESSOAL
  • Viver a fé em comunidade. Qual é o lugar e a influência das comunidades em minha maneira de viver a fé?
  • Hoje, nas grandes cidades, a massificação promove o individualismo que é o contrário da vida em comunidade. O que é que estou fazendo para combater este mal?
ORAÇÃO FINAL
  • (SALMO 40,2.4)





segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Lectio Divina - 26/01/15


DIA 26/01/15
PRIMEIRA LEITURA – 2Timóteo 1,1-8
·         Um belo testemunho sobre a relação que cresceu dentro de uma solidariedade na missão. O versículo 5 é uma rara notícia sobre os benefícios da educação da fé no seio de uma família cristã.Preso e prestes a enfrentar o martírio, Paulo procura estimular o seu companheiro Timóteo, convidando-o a reavivar o dom que este recebeu em sua “ordenação” para a missão. Esta consiste fundamentalmente em testemunhar o Evangelho, e isso pode levar a testemunha ao mesmo destino de Jesus: o sofrimento e a morte. “Envergonhar-se” é renegar o testemunho por causa da perseguição social que ele provoca. Conforme disse Jesus no Evangelho de Marcos 8,38, (Se alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras diante dessa geração adúltera e pecadora, também o Filho do homem se envergonhará dele, quando vier na glória do seu Pai com seus santos anjos). A vocação cristã é dom gratuito de participação no projeto de Deus; projeto de salvação feito desde a eternidade manifesto em Jesus Cristo e entregue a todos pelo anúncio do Evangelho.
REFLEXÃO -- Lucas 10,1-9
·         Os discípulos são organizados por Jesus para anunciarem a Boa Notícia no caminho e começarem a realizar os atos que concretizam o Reino. Aqueles que não quiserem aderir à Boa Notícia ficarão fora da nova história. Como fizera com os Doze, Jesus instruiu os setenta e dois discípulos enviados, dois a dois, a preparar sua passagem a caminho de Jerusalém.
·         Servidores do Reino, competia-lhes dispor as pessoas para acolher o Mestre e sua mensagem, deixando-se converter para Deus. Tarefa difícil, se considerarmos que os discípulos se encontravam em território samaritano, cuja hostilidade contra os judeus era conhecida.
·         Por isso, as instruções de Jesus insistem em apresentar as dificuldades que deverão enfrentar. Eles serão “como cordeiros entre lobos”. Estarão em condições de desigualdade, podendo ser vítimas fatais da agressão dos habitantes das cidades que iriam visitar.
·         Portanto, a missão exige apóstolos destemidos. Nos três evangelistas sinóticos, é encontrada a narrativa do envio dos doze apóstolos. Lucas retoma esta narrativa, ampliando-a para o envio de outros setenta e dois (seis vezes doze), em território gentílico, quando Jesus caminhava para Jerusalém. Os enviados em missão devem estar despojados e confiantes.
·         Em seu anúncio, sofrerão a repressão dos poderosos, que são como que lobos. Lucas destaca por duas vezes a determinação de "entrar" e "comer" nas casas, o que é uma negação dos costumes do judaísmo de não entrar, e muito menos comer, em casa de gentios.
·         Em Atos dos Apóstolos, Lucas narrará a ampliação da missão, partindo dos diáconos, de Filipe e de Pedro, e mais amplamente as missões de Paulo e seus discípulos, de modo particular Timóteo e Tito.
PARA REFLEXÃO PESSOAL
·         Porque Jesus fazia questão da organização dos discípulos?
·         Hoje nossas comunidades procuram organizar-se para a evangelização?
·         A missão para poder ser cumprida deve ser ampliada para atender seus objetivos?
ORAÇÃO FINAL
·         SALMO (95/96)

·         Pai, que a perspectiva de dificuldades a serem encontradas no apostolado não me faça recuar da missão de preparar o mundo para acolher teu Filho Jesus.



sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Lectio Divina - 23/01/15


DIA 23/01/15
PRIMEIRA LEITURA -- Hebreus 8,6-13
·         Israel é o povo da aliança manifestada na lei e no culto. Desde os tempos de Jeremias, porém, temos a profecia sobre a nova aliança, profecia que critica o passado e dá esperanças para o futuro (Jr 31,31-34). A Sagrada Escritura, portanto, anuncia uma nova situação religiosa: a relação entre Deus e os homens não se realizará mais em base a leis ou instituições, mas se fundará na própria pessoa de Jesus Cristo, mediador das relações vitais com Deus (cf. 1Tm 2,5). A nova aliança, mais perfeita, terá suas raízes não mais num código de leis exteriores, mas no próprio coração do homem, que Deus tornará “novo” mediante do dom do Espírito. O cristão é esse “homem novo”. Novo não simplesmente porque, um dia com o batismo recebeu a vida nova, mas porque na Igreja Cristo “renova” continuamente os crentes. A ação sacramental da Igreja não é mero rito purificatório, como as antigas abluções: aqui, é Cristo que purifica interiormente e faz cada crente ouvir a consoladora verdade das palavras do Pai: “Perdoarei suas iniqüidades e não me recordarei mais de seus pecados”. O próprio poder transmitido aos apóstolos de expulsar demônios tem também o significado de uma vida que se renova, pela libertação do pecado, e encontra nos sacramentos da penitência e da Eucaristia a expressão significativa e eficaz.
ORAÇÃO INICIAL
  • Deus todo poderoso, que governa o céu e a terra, ouça paternalmente a oração de teu povo, e faz que os dias de nossa vida se fundamentem em tua paz. Por Nosso Senhor. Amem.
REFLEXÃO – Marcos 3,13-19
·         Dentre a multidão e os discípulos Jesus escolhe doze. Um pequeno grupo que será o começo de novo povo. A missão desse grupo compreende três atitudes: comprometer-se com Jesus (estar com ele) para anunciar o Reino (pregar), libertando os homens de tudo aquilo que os escraviza e aliena (expulsar os demônios).
·         O chamado dos doze foi de suma importância para o ministério de Jesus. Superava-se, assim, o risco de cair numa forma de personalismo, no qual tudo estivesse centrado na sua pessoa, sobrando pouco ou nenhum espaço, até mesmo para o Pai.
·         Os Evangelhos, pelo contrário, testemunham que o Pai e seu Reino constituíram os eixos da vida de Jesus, sendo o ponto de convergência de tudo quando ele dizia ou fazia. A presença dos doze, no ministério de Jesus, expressa sua disposição de partilhar com eles a missão recebida do Pai.
·         Como Jesus, os doze teriam a tarefa de pregar, proclamar a Boa Nova do Reino e expulsar os demônios, manifestando, assim, a eficácia do Reino na vida de quem era oprimido por forças malignas. Desde o início, o relacionamento entre Jesus e seus companheiros de missão foi de proximidade e confiança. Não era usual esta forma de os mestres tratarem seus discípulos. Em geral, a veneração do discípulo pelo mestre exigia que se mantivesse uma respeitosa distância entre eles.
·         Era uma forma de sublinhar o desnível da relação: superioridade do mestre, inferioridade do discípulo, sabedoria de um, ignorância do outro etc. Fazendo-se próximos de Jesus, os discípulos são introduzidos numa nova pedagogia.
·         O Mestre irá instruí-los com o testemunho de sua própria vida, fazendo-os partilhar de sua missão e destino. Os lugares altos, montanhas, montes, colinas, sempre foram tidos pelas religiões como lugar de encontro com Deus. Templos antigos e também templos e conventos cristãos foram construídos sobre lugares altos. Nos evangelhos a "montanha" não é necessariamente um espaço geográfico, mas sim o contexto da presença de Deus, na oração e no Espírito.
·         No Primeiro Testamento, Moisés sobe ao monte Sinai para o encontro com Deus, recebendo o Decálogo, com a renovação da Aliança. Agora, Jesus, o próprio Deus, sobe à montanha e chama os que ele quer, para o anúncio da nova e eterna Aliança.
·         Jesus já havia chamado os primeiros discípulos à beira-mar, isto é, dentro do mundo agitado e turbulento. Nesse momento, em uma nova fase de seu ministério, completa o número de doze para que ficassem com ele, partilhando da sua missão e de seu destino. O novo discipulado é enviado, não para fazer cumprir a Lei gravada em pedras, mas para dar vida ao povo: anunciar a Boa-Nova e libertar os oprimidos, expulsando os espíritos opressores. É a palavra vivificante que desmascara a prática dos poderosos em humilhar, subjugar e explorar os pequenos e empobrecidos. 
PARA REFLEXÃO PESSOAL
·         Estar com Jesus e ir em missão é a dupla finalidade da comunidade cristã? Como você assume teu compromisso na comunidade da qual pertence?
·         Jesus chamou os discípulos pelo nome. Você, eu, todos nós existimos, porque Deus nos chama pelo nome. Pense nisto!
ORAÇÃO FINAL
·         (SALMO 85)
·         Espírito que predispõe para o discipulado, dá-me disposição para acolher, com docilidade, o apelo de Jesus a compartilhar sua missão.





quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Lectio Divina - 22/01/15


DIA 22/01/15
PRIMEIRA LEITURA -- Hebreus 7,23-8,6
  • O autor da carta procura criar no povo cristão uma infinita confiança no amor de Deus que, por Jesus Cristo, nos tem dado a salvação e a vida eterna. Sobretudo, porque Ele mesmo prometeu, antes de subir ao céu, que não nos abandonaria, mas, que permaneceria entre nós, e no céu continua sua função de “intercessor”, de mediador entre o Pai e nós, e, além disso, é o realizador de uma aliança que não está baseada em oferendas materiais, mas sim no oferecimento de si mesmo, por isso, como diz o autor, esta aliança contém melhores promessas. Deus não só promete uma relação íntima e pessoal conosco, mas prometeu levar-nos ao céu, a viver com Ele, a ser parte de sua família e a compartilhar conosco a alegria celestial. É nisto que o cristão crê, esta é sua esperança, por isso, podemos dizer com Paulo: Graças sejam dadas a Deus porque em Cristo nos chamou para participar de sua herança. Você tinha consciência de tudo o que contém nossa vida e relação com Cristo?
ORAÇÃO INICIAL
  • Deus todo poderoso, que governa o céu e a terra, ouça paternalmente a oração de teu povo, e faz que os dias de nossa vida se fundamentem em tua paz. Por Nosso Senhor. Amem.
REFLEXÃO -- Marcos 3,7-12
  • A conclusão que se chega, ao final destes cinco conflitos (Mc 2,1 a 3,6), é que a Boa Nova de Deus tal como era anunciada por Jesus, dizia exatamente o contrário do ensinamento das autoridades religiosas da época. Por isto, no final do último conflito, se prevê que Jesus não vai ter uma vida fácil e será combatido. A morte aparece no horizonte. Decidiram matá-lo (Mc 3,6). Sem uma conversão sincera não é possível compreender a Boa Nova.
  • Um resumo da ação evangelizadora de Jesus. Os versos do evangelho de hoje (Mc 3,7-12) são um resumo da atividade de Jesus e acentuam um enorme contraste. Um pouco antes, em Marcos 2,1 até 3,6, se fala só de conflitos, inclusive do conflito de vida e morte entre Jesus e as autoridades civis e religiosas da Galiléia (Mc 3,1-6). E aqui no resumo, parece o contrário: um movimento popular imenso, maior que o movimento de João Batista, porque chegava gente não só da Galiléia, mas também da Judéia, de Jerusalém, da Induméia, do outro lado do Jordão, de Tiro e de Sidon para encontrar-se com Jesus (Mc 3,7-12). Todos querem vê-lo e tocá-lo. É tanta gente que até Jesus fica preocupado. Corre o perigo de ser arrastado pelas pessoas. Por isso, pede aos discípulos que tenham a disposição uma barca para que a multidão não o arraste. E a da barca falava a multidão. Eram, sobretudo, excluídos e marginalizados que vinham a Ele para que os curasse de seus males: os enfermos e os possuídos. Estes que não eram acolhidos na convivência social da sociedade da época, são agora acolhidos por Jesus. E aqui o contraste: por um lado a liderança religiosa e civil que decide matar Jesus (Mc 3,6); por outro um movimento popular imenso, que procura em Jesus a salvação. Quem ganhará?
  • Os espíritos impuros e Jesus. A insistência de Marcos na expulsão dos demônios é muito grande. O primeiro milagre de Jesus  é a expulsão de um demônio (Mc 1,25). O primeiro impacto que Jesus causa nas pessoas é por causa da expulsão dos demônios (Mc 1,27). Uma das principais causas do enfrentamento de Jesus com os escribas é a expulsão de demônios (Mc 3,22). O primeiro poder que os apóstolos vão receber quando são enviados em missão, é o poder de expulsar os demônios (Mc 6,7). O primeiro sinal que acompanha o anuncio da ressurreição é a expulsão dos demônios (Mc 16,17). O que significa expulsar os demônios no evangelho de Marcos?
  • No tempo de Marcos, o medo dos demônios era grande. Algumas religiões, ao invés de libertar as pessoas, alimentavam o medo e a angustia. Um dos objetivos da Boa Nova de Jesus  era ajudar as pessoas a se libertarem deste medo. A chegada do Reino de Deus significou a chegada de um poder mais forte. Jesus é “o homem mais forte” que chegou para submeter Satanás, o poder do mal, e retirar de suas garras a humanidade presa ao medo (Mc 3,27). Por isto, Marcos insiste tanto, na vitória de Jesus sobre o poder do mal, do demônio, de Satanás, do pecado e da morte. Desde o princípio até o fim, com palavras quase iguais, repete a mesma mensagem: “Jesus expulsava os demônios!” (Mc 1,26.27.34.39; 3,11-12.15.22.30; 5,1-20; 6,7.13; 7,25-29; 9,25-27.38; 16,9.17). Parece um refrão! Hoje, ao invés de usa sempre as mesmas palavras preferimos usar palavras diferentes. Diríamos: “O poder do mal, Satanás, que infundiu medo entre as pessoas. Jesus o venceu, o dominou, o submeteu, o destruiu, o derrubou, o confinou, o eliminou, o exterminou, o aniquilou, o abateu, o destruiu e o matou!”. O que Marcos quer dizer-nos é o seguinte: “Aos cristãos é proibido ter medo de Satanás!”.  Depois que Jesus ressuscitou, é uma mania e falta de fé fazer referência todas as horas a Satanás, como se ele tivesse algum poder sobre nós. Insistir no perigo dos demônios para chamar as pessoas para que vá a igreja, é desconhecer a Boa Nova do Reino. É falta de fé na ressurreição de Jesus!
PARA REFLEXÃO PESSOAL
  • Como você vive tua fé na ressurreição de Jesus? Ela te ajuda a vencer o medo?
  • Expulsão dos demônios. Como você faz para neutralizar esse poder em tua vida?
ORAÇÃO FINAL
  • (SALMO 40,17)
  • Hoje assegurarei de que cada ação que faça, traga um benefício aos que me rodeiam. Farei isso desinteressadamente e pedirei a Jesus que me ensine a fazê-lo melhor.




quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Lectio Divina - 21/01/15



DIA 21/01/15
PRIMEIRA LEITURA -- Hebreus 7,1-3.15-17
  • Jesus Cristo, nesta figura do AT nos ilustra nosso ser sacerdotal, no qual não pertencemos à um ordem (ou a uma tribo como neste caso), mas sim, pela graça conferida no batismo. Neste texto nos mostra como, na força de seu batismo, um das ações sacerdotais do cristão consiste em estabelecer a paz. Por isso, nossa ação sacerdotal, diferente das ações sacerdotais do sacerdote “ministerial”, é sermos construtores da paz, principalmente em nossas famílias e comunidades. Dizemos que é uma ação sacerdotal porque para podê-la construir é necessário sacrificar algo. O sacrifício de nosso egoísmo, de nosso “EU”. É necessário morrer para nós mesmos e para nossos gostos e prazeres para que nossa ação sacerdotal seja eficaz e traga paz e alegria a nosso mundo. Exerça teu sacerdócio batismal e converta-te em um autêntico construtor da paz.
ORAÇÃO INICIAL
  • Deus todo poderoso, que governa o céu e a terra, ouça paternalmente a oração de teu povo, e faz que os dias de nossa vida se fundamentem em tua paz. Por Nosso Senhor. Amem.
REFLEXÃO -- Marcos 3,1-6
  • No evangelho de hoje vamos meditar o último dos cinco conflitos que Marcos coloca no começo de seu evangelho (Mc 2,1 a 3,6). Os quatro conflitos anteriores foram provocados pelos adversários de Jesus. Este último é provocado por próprio Jesus e revela a gravidade do conflito entre Ele e as autoridades religiosas de seu tempo. È um conflito de vida e morte. É importante notar a categoria dos adversários que aparece neste último conflito. Trata-se de fariseus e herodianos, isto é, autoridades religiosas e civis. Quando Marcos escreve seu evangelho nos anos 70, muitos lembraram a terrível perseguição dos anos 60, na qual Nero arrasou muitas comunidades cristãs. Agora ao ouvir como o próprio Jesus havia sido ameaçado de morte e como se comportava no meio destes conflitos perigosos, os cristãos encontravam valor e orientação para não se desanimar ao longo do caminho.
  • Jesus na sinagoga em dia de sábado. Jesus entra na sinagoga. Tinha costume de participar nas celebrações da multidão. Havia ali um homem com uma mão atrofiada. Uma pessoa com incapacidade física não podia participar plenamente, já que era considerada impura. Ainda que estivesse presente na comunidade, era marginalizada. Devia manter-se afastada do resto.
  • A preocupação dos adversários de Jesus. Os adversários observavam para ver se Jesus curava no dia de sábado. Querem acusá-lo. O segundo mandamento da Lei de Deus mandava “santificar o sábado”. Era proibido trabalhar nesse dia (Ex 20,8-11). Os fariseus diziam que curar um enfermo era o mesmo que trabalhar. Por isto, ensinavam: “É proibido curar em dia de sábado!”. Colocavam a lei acima do bem estar das pessoas. Jesus os incomodava, porque colocava o bem estar das pessoas acima das normas da lei. A preocupação dos fariseus e dos herodianos não era o ardor pela lei, mas sim, a vontade de acusar e de eliminar Jesus.
  • Levanta-te e venha aqui para o meio! Jesus pede duas coisas ao incapacitado físico: Levanta-te e venha aqui para o meio! A palavra “levanta-te” é a mesma que as comunidades do tempo de Marcos usavam para dizer “ressuscitar”. O incapacitado deve “ressuscitar”, levantar-se, colocar-se no meio e ocupar seu lugar no centro da comunidade! Os marginalizados, os excluídos, devem colocar-se no meio! Não podem ser excluídos. Devem ser incluídos e acolhidos. Devem estar junto com todos os demais! Jesus chamou o excluído para que se pusesse no meio.
  • A pergunta de Jesus deixa os demais sem reposta. Jesus pergunta: Em dia de sábado é permitido fazer o bem ou fazer o mal? Salvar a vida ou matá-la? Podia ter perguntado: “Em dia de sábado é permitido curar: sim ou não?”. E todos teriam respondido: “Não é permitido!”. Porém, Jesus  muda a pergunta. Para Ele, naquele caso concreto, “curar” era o mesmo que “fazer o bem” ou “salvar uma vida”, e “não curar” era o mesmo que “fazer o mal” ou “matar uma vida”!. Com sua pergunta Jesus coloca o dedo na ferida. Denuncia a proibição de curar em dia de sábado como um sistema de morte. Pergunta “sabia”!. Os adversários ficaram sem respostas.
  • Jesus fica indignado diante da obstinação dos adversários. Jesus reage com indignação e com tristeza diante da atitude dos fariseus e dos herodianos. Manda o homem que estenda a mão, e ficasse curado. Ao curar o incapacitado, Jesus mostra que Ele não estava de acordo com o sistema que colocava a lei acima da vida. Em resposta a ação de Jesus, os fariseus e os herodianos decidem matá-lo. Com esta decisão confirmam que são, de fato, defensores de um sistema de morte. Não tem medo de matar para defender o sistema contra Jesus, que os ataca e critica em nome da vida.
PARA REFLEXÃO PESSOAL
  • O incapacitado foi chamado para colocar-se no centro da comunidade. Em nossa comunidade, os pobres e excluídos tem um lugar privilegiado?
  • Você alguma vez já encontrou com pessoas que, como os herodianos e os fariseus, colocam a lei acima do bem estar das pessoas? O que sentiu naquele momento? Você deu razão a estas pessoas, ou, as criticou?
ORAÇÃO FINAL
  • (Sb 11,23-26)
  • Hoje me aproximarei de modo simples e com humildade daquelas pessoas com as quais por algum motivo não tenho uma relação de paz e começarei a dar passos para conquistá-la.






terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Lectio Divina - 20/01/15



DIA 20/01/15
PRIMEIRA LEITURA -- Hebreus 6,10-20
  • É importante em nossos momentos de dificuldade, quando a confiança e a esperança correm perigos de debilitar-se, o lembrar que acreditamos e amamos a um Deus que fez aliança conosco e que, como nos diz hoje esta leitura, suas promessas e juramentos são irrevogáveis. Exige-nos unicamente a fidelidade. Diante Dele estão sempre nossas lutas, nossas debilidades, nossas dores e padecimentos, e lembrando sua aliança, está sempre pronto para socorrer-nos e mostrar-nos o caminho. Não deixemos que o desânimo nos vença. Deus fez morada entre nós, e Ele lutará com e por nós todas as nossas batalhas e lutas, até que um dia, junto com Maria Santíssima, possamos desfrutar de sua paz e sua alegria perpétua.
ORAÇÃO INICIAL
  • Deus todo poderoso, que governa o céu e a terra, ouça paternalmente a oração de teu povo, e faz que os dias de nossa vida se fundamentem em tua paz. Por Nosso Senhor. Amem.
REFLEXÃO à Marcos -- 2,23-28
  • A lei existe para o bem das pessoas. No dia de sábado, os discípulos passam pelas plantações e abrem caminho arrancando espigas. Em Mateus 12,1 se diz que tinham fome. Invocando a Bíblia, os fariseus criticam a atitude dos discípulos. Seria uma transgressão da lei do Sábado (cf. Ex 20,8-11). Jesus responde invocando a própria Bíblia para mostrar que os argumentos dos demais não têm fundamento. Lembra que o próprio Davi fez algo proibido, já que tirou os pães consagrados do templo e os deu de comer aos soldados que tinham fome (1Samuel 21,2-7). E Jesus termina com duas frases importantes: a) O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado, b) O Filho do Homem é senhor do sábado!
  • O sábado é pra o ser humano, e não o ser humano para o sábado. Durante mais de quinhentos anos, desde o tempo do cativeiro na Babilônia até a época de Jesus, os judeus haviam observado a lei do sábado. Esta observância secular se tornou para eles em um forte sinal de identidade. O sábado era rigorosamente observado. Na época dos Macabeus, até a metade do século II antes de Cristo, esta rígida observância chegou a um ponto crítico. Atacados pelos gregos em dia de sábado, os rebeldes Macabeus preferiram deixar-se matar e não transgredir o sábado usando as armas para defender sua vida. Por isto, morreram mil pessoas (1Mc 2,32-38). Refletindo sobre o massacre, os lideres macabeus concluíram que deviam resistir e defender sua vida, ainda que fosse sábado (1Mc 2,39-41). Jesus teve a mesma atitude: relacionar a lei do sábado a favor da vida, pois, a lei existe para o bem da vida humana, e não ao contrário!
  • O Filho do Homem é senhor do sábado. A nova experiência de Deus como Pai/Mãe faz com que Jesus, o Filho do Homem, desse a chave para descobrir a intenção de Deus que está na origem das leis do Antigo Testamento. Por isto, o Filho do Homem, é senhor até do Sábado. Ao conviver com o povo da Galiléia, durante trinta anos e sentindo em sua pele a opressão e a exclusão a que tantos irmãos e irmãs estavam condenados em nome da lei de Deus, Jesus percebeu que isto não podia ser o sentido daquelas leis. Se Deus é Pai, então acolhe a todos como filhos e filhas. Se Deus é Pai, então temos que ser irmãos e irmãs uns dos outros. Foi o que Jesus viveu e rezou, desde o começo até o fim. A Lei do Sábado deve estar a serviço da vida e da fraternidade. Foi por sua fidelidade a esta mensagem que Jesus foi preso e condenado a morte. Ele incomodou o sistema, e o sistema se defendeu, usando a força contra Jesus, pois Ele queria a lei a serviço da vida, e não o contrário.
  • Jesus e a Bíblia. Os fariseus criticavam Jesus em nome da Bíblia. Jesus responde e critica os fariseus usando a Bíblia. Ele conhecia a Bíblia de memória. Naquele tempo, não havia Bíblias impressas como temos hoje em dia. Em cada comunidade havia só uma Bíblia, escrita a mão, que ficava na sinagoga. Se Jesus conhecia tão bem a Bíblia, era sinal de que, durante aqueles 30 anos de sua vida em Nazaré, havia participado intensamente na vida da comunidade, onde no sábado se liam as Escrituras. Ainda nos falta muito para que tenhamos a mesma familiaridade com a Bíblia e a mesma participação na comunidade.
PARA REFLEXÃO PESSOAL
  • O sábado é para o ser humano, e não vice-versa. Quais são os pontos de minha vida que devo mudar?
  • Ainda sem ter a Bíblia em casa, Jesus a conhecia de memória. E eu?
ORAÇÃO FINAL
  • (SALMO 111,1-2)
  • Hoje estarei consciente de que Jesus está comigo todo o tempo e, portanto, praticarei com Ele todo o dia, nas tarefas cotidianas, na hora da refeição, lhe pedirei opinião das notícias que receba. Estarei todo o dia com Ele e Ele comigo.





segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Lectio Divina - 19/01/15


DIA 19/01/15
PRIMEIRA LEITURA -- Hebreus 5,1-10
  • Um dos elementos que ressalta esta carta como iremos ver durante nossa reflexão, é o fato da OBEDIÊNCIA de Cristo. Este é um valor que nossa sociedade individualista tende a relativizar. Hoje se fala da “obediência dialogada”, isto é: se me convenceres, então obedeço. Certamente devemos reconhecer que algumas das ordens de nossos superiores podem se equivocadas e inclusive injustas. Entretanto, enquanto esta ordem não nos leve ao pecado ou nos impeça relacionarmos com Deus, devemos obedecer. É válido dizer: Não estou de acordo contigo ou com a ordem que me está dando, pois, penso que está equivocado, todavia: Obedeço-te. Obedecer nos ajuda a crescer com humildade, virtude sem a qual a santidade não se desenvolve. Jesus nos mostrou isso. NÃO é fácil obedecer, porém, é o caminho que nos leva à perfeição no amor.
ORAÇÃO INICIAL
  • Deus todo poderoso, que governa o céu e a terra, ouça paternalmente a oração de teu povo, e faz que os dias de nossa vida se fundamentem em tua paz. Por Nosso Senhor. Amem.
REFLEXÃO -- Marcos 2,18-22
  • Os cinco conflitos entre Jesus e as autoridades religiosas. Em Mc 2,1-12 vimos o primeiro conflito. Era em torno do perdão dos pecados. Em Mc 2,13-17, o segundo conflito tratava da comunhão de mesa com os pecadores. O evangelho de hoje fala do terceiro conflito sobre o jejum. Amanhã teremos o quarto conflito ao redor da observância do sábado (Mc 2,13-28). Depois de amanhã teremos o último dos cinco conflitos que será sobre a cura em dia de sábado (Mc 3,1-6). O conflito sobre o jejum ocupa um lugar central. Por isto, as palavras meio soltas sobre a remendo de pano novo em roupa velha e sobre o vinho novo em odre novo (Mc 2,21-22), devemos entendê-las como uma luz que projeta sua claridade também sobre os outros quatro conflitos, dois antes e dois depois.
  • Jesus não insiste na prática do jejum. O jejum é um costume muito antigo, praticado em quase todas as religiões. O próprio Jesus o praticou durante quarenta dias (Mc 4,2). Porém, Ele não insiste com os discípulos para que façam o mesmo. Os deixa livres. Por isso, os discípulos de João Batista e dos fariseus, que eram obrigados a jejuar, querem saber por que Jesus não insiste no jejum.
  • O noivo, esta com eles, assim não precisam jejuar. Jesus responde com uma comparação. Quando o noivo está com seus amigos, isto é, durante a festa da boda, os amigos não precisam jejuar. Jesus se considera o noivo. Os discípulos são amigos do noivo. Durante o tempo em que Ele, Jesus, esteve com os discípulos, era festa. Chegará o dia em que o noivo deixará de estar, e nesse momento, se eles quiserem, poderão jejuar. Jesus fala de sua morte. Sabe e sente que, se continuar por esse caminho de liberdade, as autoridades religiosas vão querer matá-lo.
  • Remendo novo sobre roupa velha, vinho novo em odre novo. Estas duas afirmações de Jesus, que Marcos coloca aqui, aclaram a atitude crítica de Jesus diante das autoridades religiosas. Não se coloca um remendo novo sobre uma roupa velha, porque na hora que lavar a roupa, o remendo novo encolhe, puxa o pano velho e estraga mais ainda. Ninguém coloca vinho novo em odre velho, porque a fermentação do vinho novo estoura o odre velho. Vinho novo em odre novo! A religião defendida pelas autoridades religiosas era como uma roupa velha, como um odre velho. Não se deve querer combinar o novo que Jesus trás com costumes antigos. Não se pode querer reduzir a novidade de Jesus, à medida do judaísmo. Ou um, ou outro! O vinho novo que Jesus trás faz explodir o odre velho. Devemos saber separar as coisas. Jesus não está contra o que é “velho”. O que quer evitar é que o velho se imponha ao novo e, assim, lhe impedisse de se manifestar. Seria o mesmo que reduzir a mensagem do Concílio Vaticano II como alguns estão querendo fazer.
PARA REFLEXÃO PESSOAL
  • A partir da experiência profunda de Deus que o animava por dentro, Jesus teve muita liberdade em relação com as normas e práticas religiosas. E hoje temos essa mesma liberdade, ou, nos falta a liberdade dos místicos?
  • Remendo novo sobre roupa velha, vinho novo em odre velho. Existe isto em minha vida?
ORAÇÃO FINAL
  • (SALMO 109)
  • Hoje começarei a exercitar a obediência, e nas ordens que me dêem mais trabalho dizer sim, as levarei a cabo oferecendo-as pelo sacrifício que Jesus fez por mim na cruz.