DIA 06/01/15
PRIMEIRA LEITURA -- 1João 4,7-10
- Hoje
se insiste muito no amar de uma forma ativa, como se tratasse de um
imperativo: devemos amar e amar-nos, todavia, a Sagrada Escritura insiste
continuamente no contrário, em usar esta expressão de forma passiva;
deixar-nos amar. João, nesta passagem, nos diz claramente que é
precisamente Deus quem nos ama e que este amor que recebemos Dele, é o que
nos capacita para que nós possamos amá-lo e amar-nos uns aos outros.
Quando o homem não se dispõe e, sobretudo, quando não se abre a este amor,
o esforço por amor se traduz em insatisfação e frustração, pois, só o amor
de Deus é capaz de mover-nos ao verdadeiro amor. É por isso, que a vida
espiritual e a vida do homem são fundamentais já que nela é onde Deus se
manifesta a nós com seu amor. Paulo, em sua carta aos Romanos, nos diz que
“o amor de Deus se derramou em nossos corações por meio do Espírito
Santo”. Esta expressão completa o que hoje nos refere João, já que para
nós, os cristãos, esta força para amar se vê aperfeiçoada pela habitação
do Espírito em nossas almas. É com
este amor que teremos que amar-nos uns aos outros. Por isso, uma família
que tem uma relação forte e profunda com Deus, estabelece entre seus
membros um vínculo indestrutível e uma relação amorosa e terna. Abramos
nosso coração a Deus e permitamos que seja Ele quem nos ame, para com esse
amor também amor aos demais.
ORAÇÃO INICIAL
- Senhor,
Nosso Deus, cujo Filho se manifestou na realidade de nossa carne,
concede-nos poder transformar-nos interiormente a imagem daquele que
conhecemos semelhante a nós em sua humanidade. Por Nosso Senhor. Amém!
REFLEXÃO -- Marcos 6,34-44
- Sempre
é bom olhar o contexto em que se encontra o texto do evangelho, pois, ele
traz a luz para melhor descobrir o sentido. Pouco antes, em Mc 6,17-29, Marcos narrou o banquete de
morte, promovido por Herodes com os grandes da Galiléia, no palácio da
Capital, durante o qual mataram João Batista. Aqui, em Mc 6,30-44,
descreve o banquete da vida, promovido por Jesus com o povo faminto da
Galiléia ali no deserto. O contraste deste contexto é grande e ilumina o
texto.
- No
evangelho de Marcos a multiplicação dos pães é muito importante. Aparece
duas vezes: aqui em Mc 6,35-44 e em Mc 8,1-9. E o próprio Jesus interroga
aos discípulos a respeito da multiplicação dos pães (Mc 8,14-21). Por
isto, vale a pena observar e refletir até descobrir em que consiste
exatamente esta importância da multiplicação dos pães.
- Jesus
havia convidado os discípulos para descansarem um pouco em um lugar
deserto (Mc 6,31). As pessoas se deram conta de que Jesus havia ido a
outra margem do lago, e foram atrás Dele e chegaram antes (Mc 6,33). Quando
Jesus, ao descer do barco viu aquela multidão que lhe esperava, se
entristeceu “porque estavam como ovelhas sem pastor”. Esta frase evoca o
salmo do bom pastor (Sl 23). Ao ver as pessoas sem pastor, Jesus se
esquece do descanso e começa a ensinar, começa a ser pastor. Com suas
palavras orienta e guia as pessoas no deserto da vida, e as pessoas podiam
cantar: “O Senhor é meu pastor! Nada me falta!” (Sl 23,1).
- O
tempo vai passando e começa a escurecer. Os discípulos estão preocupados e
pedem a Jesus que despeça as pessoas. Pensam que ali no deserto não é
possível conseguir comida para tanta gente. Jesus diz: “Dêem vocês de
comer”. Ficam assustados: “Nós teremos que ir comprar duzentos denários de
pão para dar-lhes de comer?” (isto é, o salário de 200 dias!). Os
discípulos procuram uma solução fora das pessoas e para as pessoas. Jesus
não procura uma solução fora das pessoas, mas sim, dentro das pessoas e a
partir das pessoas. E pergunta: “Vocês têm pães? Quantos? Vão ver”. A
resposta é: “São cinco pães, além de dois peixes”. É pouco para tanta
gente! Jesus manda as pessoas que se sentem em grupos e pede aos
discípulos que distribuam os pães e os peixes. Todos comeram até
saciar-se.
- É
importante notar como Marcos descreve o fato. Diz: “Jesus tomou os cinco
pães e os dois peixes e, levantando os olhos para o céu, pronunciou a
benção, partiu os pães e os ia dando aos discípulos para que os
distribuíssem”. Esta maneira de falar em que faz as comunidades pensarem?
Sem dúvida alguma lhes faz pensar na eucaristia. Pois, estas mesmas
palavras são usadas (até hoje) na celebração da Ceia do Senhor. Assim,
Marcos sugere que a eucaristia tem de levar a partilha. É o pão da vida
que dá coragem e leva as pessoas a enfrentar os problemas de forma
distinta, não a partir de fora, mas sim, a partir de dentro delas.
- Na
maneira de descrever os fatos, Marcos evoca a Bíblia para iluminar o
sentido dos fatos. Foi Moisés o que primeiro deu de comer à multidão
faminta no deserto (Cf. Ex 16,1-36). E o fato de pedir que as pessoas se
organizem em grupos de 50 e 100 lembra o censo do povo no deserto depois
da saída do Egito. Marcos sugere assim que Jesus é o novo Messias. As
pessoas das comunidades conheciam o Antigo Testamento, e ao bom
entendedor, poucas palavras bastam. Assim, é que eles foram descobrindo o
mistério que rodeava à pessoa de Jesus.
PARA REFLEXÃO PESSOAL
- Jesus
esquece o descanso para poder servir as pessoas. Qual é a mensagem para
mim?
- Se
hoje compartilhássemos o que temos, não haveria fome no mundo. O que eu
posso fazer?
ORAÇÃO FINAL
- (SL
72,7-8)
- Hoje
repetirei as pessoas más, que Deus lhes ama.
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