quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Lectio Divina - 08/01/15

DIA 08/01/15
PRIMEIRA LEITURA -- 1João 4,19-5,4
  • Muita gente tem a idéia de que o cristianismo é uma doutrina da “negação”, da restrição e isto os desanima a participar ativamente dela. No entanto, isto é falso, ao contrário, é a religião do amor, do “sim” total, da abertura à liberdade. Os mandamentos como nos diz hoje João, “não são pesados” porque neles descobrimos não uma medida restritiva, mas sim, uma proteção para nossa felicidade. Cada um dos mandamentos assegura nossa felicidade e a paz na alma. Entretanto, para o mundano, para o que, sem importar as conseqüências, deseja fazer sempre o que lhe aprouver, ou que suas paixões lhe inspiram, ai então encontrará no cristianismo uma religião que o restringe, que não lhe permite fazer o que suas paixões queriam. É necessário entrar no mistério de Deus e a partir daí compreender que cada um dos mandamentos da Lei expressa o amor de um Pai que ama seu filho e procura por todas as formas protege-lo contra o maior destruidor que nele existe: suas paixões. Quem inicia uma vida em Cristo, pouco a pouco, o Espírito Santo lhe irá dando a liberdade que lhe fará ver o pecado como realmente é, uma armadilha mortal para nossa vida na terra e na futura, a partir daí descobrirá o amor que Deus tem tido ao prevenir-nos, sobretudo, naquilo que nos prejudica. Realmente para o homem novo, nascido do Espírito, a lei não é pesada, é uma bela ferramenta que nos ajuda a discernir as áreas de perigo para afastar-nos delas.
ORAÇÃO INICIAL
  • Oh Deus que por meio de teu Filho clareou para todos os povos a aurora de tua eternidade, concede a teu povo reconhecer a glória de seu Redentor e chegar um dia a luz eterna! Por Nosso Senhor. Amém!
REFLEXÃO -- Lucas 4,14-22ª
  • Animados pelo Espírito Santo, Jesus volta a Galiléia e começa anunciar a Boa Notícia do Reino de Deus. Indo pelas comunidades e ensinando nas sinagogas chega a Nazaré, onde havia se criado. Voltava a comunidade na qual, desde pequeno, havia participado nas celebrações durante trinta anos. No sábado seguinte, segundo o costume, vai a sinagoga para estar com as pessoas e participar na celebração.
  • Jesus se levanta para fazer a leitura. Escolhe o texto de Isaias que fala dos pobres, dos presos, dos cegos e dos oprimidos. O texto reflete a situação das pessoas da Galiléia no tempo de Jesus. Em nome de Deus, Jesus toma postura em defesa de seu povo e, usando as palavras de Isaias, define sua missão: anunciar a Boa Nova aos pobres, proclamar a liberdade aos cativos e aos cegos que de imediato vão ver, despedir livres os oprimidos. Retomando a antiga tradição dos profetas, proclama “um ano da graça do Senhor”. Proclama um ano de jubileu. Jesus quer reconstruir a comunidade, o clã, para que fosse novamente expressão de sua fé em Deus. Se Deus é Pai/Mãe, todos devemos ser irmãos e irmãs uns dos outros.
  • No Israel antigo, a grande família ou o clã ou a “comunidade”, era a base da convivência social. Era a proteção das famílias e das pessoas, a garantia da possessão da terra, a principal via da tradição e da defesa da identidade do povo. Era a forma concreta em que o amor de Deus se encarnava no amor ao próximo. Defender o clã, a comunidade, era o mesmo que defender a Aliança com Deus. Na Galiléia do tempo de Jesus, um duplo cativeiro marcava a vida das pessoas e estava contribuindo para a desintegração do clã, da “comunidade”: o cativeiro da política do governo de Herodes Antipas (4 aC a 39 dC) e o cativeiro da religião oficial. Por causa do sistema de exploração e de repressão da política de Herodes Antipas, apoiada pelo império Romano, muitas pessoas eram excluídas, ficavam sem lar e sem emprego (Lc 14,21;Mt 20,3.5-6). O clã, a “comunidade” ficou debilitada. As famílias e as pessoas ficaram sem ajuda, sem defesa. E a religião oficial, mantida pelas autoridades religiosas da época, em vez de fortalecer a comunidade, para que pudesse acolher aos excluídos, reforçou ainda mais esse cativeiro. A Lei de Deus era usada para legitimar a exclusão de muita gente: mulheres, crianças, samaritanos, estrangeiros, leprosos, possuídos, publicanos, mutilados, paraplégicos. Era o contrário da fraternidade que Deus sonhou para todos! Assim, tanto a conjuntura política e econômica como a ideologia religiosa, tudo conspirava para debilitar a comunidade local e impedir a manifestação do Reino de Deus. O programa de Jesus, baseado no profeta Isaias, oferecia uma alternativa.
  • Terminada a leitura, Jesus atualiza o texto e o liga com a vida do povo dizendo: “Hoje se cumpre estas profecias que acabam de ouvir!”.  Sua maneira de ligar a Bíblia com a vida das pessoas, produz uma dupla reação. Alguns acreditam e ficam admirados. Outros têm uma reação de descrédito. Ficam escandalizados e não querem saber nada Dele. Dizem: “Este não é o filho de José?” (Lc 4,22). Por que é que se escandalizaram? Porque Jesus fala de acolher os pobres, os cegos, os oprimidos. Porém, eles não aceitam sua proposta. E assim, quando Jesus apresenta seu projeto de acolher os excluídos, Ele próprio é excluído!
PARA REFLEXÃO PESSOAL
  • Jesus liga a fé em Deus com a situação social de seu povo. E eu, como vivo minha fé em Deus?
  • No lugar onde vivo existem cegos, presos, oprimidos? O que eu faço?
ORAÇÃO FINAL

  • (SALMO 72,17)
  • Hoje repassarei os mandamentos e passarei um tempo com as pessoas que convivo, especialmente com aquelas que normalmente tenho rejeitado.





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