DIA 27/02/15
PRIMEIRA LEITURA -- Ezequiel 18,21-28
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Se
algum defeito pudéssemos encontrar em Deus este seria SUA FALTA DE MEMÓRIA PARA
NOSSOS PECADOS. Deus como nos diz hoje o profeta, não procura castigar-nos ou
enviar-nos para a morte eterna, mas sim, ao contrário: continuamente, e desde a
criação do homem, tem procurado por todos os modos que o homem o ame, o escute,
o obedeça e tenha com ele a felicidade neste mundo e na vida eterna. A prova
máxima deste projeto de Deus é haver-nos enviado seu próprio Filho para que por
Ele tivéssemos esta vida profunda e cheia de paz. Mais ainda, conhece nossa
debilidade e, como diz o salmo 103, sabe de que barro fomos feitos, por isso
não nos trata como merecemos. Quando nós vamos ao sacramento da Reconciliação
com um profundo arrependimento, Deus nos perdoa e jamais se lembra de nossas
faltas. A Quaresma é um tempo propício para reconciliar-nos, não só com Deus e
com os irmãos, mas sim, inclusive com nós mesmos; é tempo de perdoar nossos
erros, de aceitar-nos como somos e propor-nos novas metas. Tenha coragem, Deus
quer que tenhas vida e que tenhas em abundância.
ORAÇÃO INICIAL
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Que
teu povo, Senhor, como preparação para as festas de Páscoa se entregue às
penitências quaresmais, e que nossa austeridade comunitária sirva para a
renovação espiritual de teus fiéis. Por Nosso Senhor...
REFLEXÃO -- Mateus 5,20-26
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O
texto do evangelho de hoje é parte de uma unidade maior de Mt 5,20 a Mt 5,48. Neste Mateus
mostra como Jesus interpreta e explica a lei de Deus. Por cinco vezes repete a
frase: “Haveis ouvido que se disse aos antepassados” (Mt 5,21.27.33.38.43). Um
pouco antes havia dito: “Não pensem que vim acabar com a Lei e os Profetas. Não
vim para acabar, mas sim, dar-lhes pleno cumprimento” (Mt 5,17). A atitude de
Jesus diante da lei é, ao mesmo tempo, de ruptura e de continuidade. Rompe com
as interpretações erradas, porém, mantém firme o objetivo que a lei quer
alcançar: a prática de maior justiça é o Amor.
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Mateus
5,20: A JUSTIÇA MAIOR QUE A JUSTIÇA DOS FARISEUS. Este primeiro versículo da a
chave geral de tudo o que segue no conjunto de Mt 5,20-48. A palavra Justiça não
aparece nem uma vez em Marcos, e sete vezes no Evangelho de Mateus (Mt 3,15;
5,6.10.20; 6,1.33; 21,32). Isto tem a ver com a situação das comunidades para
as quais Mateus escreve. O ideal religioso dos judeus da época era “ser justo
diante de Deus”. Os fariseus ensinavam: “A pessoa alcança a justiça diante de
Deus quando chega a observar todas as normas da lei em todos seus detalhes!”.
Este ensinamento engendrava uma opressão legalista e trazia muita angustia para
as pessoas, pois, era muito difícil que alguém observasse todas as normas (cf.
Rm 7,21-24). Por isto, Mateus recorre as palavras de Jesus sobre a justiça,
mostrando que tem que superar a justiça dos fariseus (Mt 5,20). Para Jesus, a
justiça não vem do que eu faço por Deus observando a lei, mas sim, do que Deus
faz por mim, acolhendo-me como filho ou filha. O novo ideal que Jesus propõe é
este: “Ser perfeito como o Pai do céu é perfeito” (Mt 5,48). Isto quer dizer:
eu serei justo diante de Deus, quando procuro acolher e perdoar as pessoas como
Deus me acolhe e me perdoa, apesar de meus defeitos e pecados.
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Por
meio de cinco exemplos bem concretos, Jesus mostrará como fazer para alcançar
esta justiça maior que supera a justiça dos escribas e dos fariseus. Como
veremos, o evangelho de hoje trás o primeiro exemplo relacionado com a nova
interpretação do quinto mandamento: Não matarás! Jesus vai revelar o que Deus
queria quando entregou este mandamento a Moisés.
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Mateus
5,21-22: A LEI DIZ “NÃO MATARÁS!” (Ex 20,13). Para observar plenamente este
quinto mandamento não basta evitar o assassinato. É preciso arrancar de dentro de
si tudo aquilo que de uma maneira ou de outra pode levar ao assassinato, como
por exemplo, raiva, ódio, desejo de vingança, exploração, insulto, etc.
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Mateus
5,23-24: O CULTO PERFEITO QUE DEUS QUER. Para poder ser aceito por Deus e estar
unido a Ele, é preciso estar reconciliado com o irmão, com a irmã. Antes da
destruição do Templo, no ano 70, quando os judeus cristãos participavam nas
romarias a Jerusalém para fazer suas oferendas ao altar e pagar suas promessas,
eles se lembravam sempre desta frase de Jesus. Nos anos 80, no momento em que
Mateus escreve, o Templo e o Altar já não existiam. Haviam sido destruídos
pelos romanos. A comunidade e a celebração comunitária, passam a ser o Templo e
o Altar de Deus.
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Mateus
5,25-26: RECONCILIAR. Um dos pontos em que o Evangelho de Mateus mais insiste é
a reconciliação. Isto mostra que, nas comunidades daquela época, haviam muitas
tensões entre grupos radicais com tendências diferentes e até opostas. Ninguém
queria ceder diante do outro. Não havia diálogo. Mateus ilumina esta situação
com palavras de Jesus sobre a reconciliação que pedem acolhida e compreensão.
Pois, o único pecado que Deus não consegue perdoar é nossa falta de perdão para
com os outros (Mt 6,14). Por isto, procure a reconciliação, antes que seja demasiado
tarde.
PARA REFLEXÃO PESSOAL
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Hoje
são muitas as pessoas que gritam “Justiça”. Qual é o sentido que tem para mim a
justiça evangélica?
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Como
me comporto diante dos que não me aceitam como sou? Como se tem comportado
Jesus diante dos que não o aceitam?
ORAÇÃO FINAL
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(SALMO
130,1-2)
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Hoje
repetirei constantemente: “SENHOR DÁ-ME TUA VIDA”.