terça-feira, 3 de março de 2015

Lectio Divina - 03/03/15



DIA 03/03/15
PRIMEIRA LEITURA -- Isaías 1,10.16-20
·         O convite que Deus nos faz hoje por meio do profeta é muito claro: “aprendam a fazer o bem”. É importante notar que Deus nos conhece e sabe que o ser humano cresce e se desenvolve seguindo processos, e que é muito difícil que as coisas mudem da noite para o dia. Por isso, hoje nos convida a entrar na escola do amor para “aprender a fazer o bem”. É que nesta escola, o mestre e diretor é o Espírito Santo. Assistir a suas aulas é ir dando espaço em nossa vida por meio da oração e dos sacramentos. Aqueles que participam desta escola notarão como dia após dia, o pecado vai desaparecendo de sua vida e a caridade vai se fazendo cada vez mais manifesta e operante. Deus não nos pede mudanças que estão fora de nossas possibilidades, porém, nos pede disposição e cooperação à sua graça; sejamos dóceis e assim evitaremos que o mal nos domine.
ORAÇÃO INICIAL
·         Oh Deus, que tens preparado bens inefáveis para os que te amam, infunde teu amor em nossos corações, para que, amando-te em tudo e sobre todas as coisas, consigamos alcançar tuas promessas, que superam todo desejo. Por Nosso Senhor...
REFLEXÃO -- Mateus 23,1-12
·         O evangelho de hoje é parte da longa critica de Jesus contra os escribas e os fariseus. Lucas e Marcos têm apenas uns fragmentos desta crítica contra as lideranças religiosas da época. Só o evangelho de Mateus nos informa sobre o discurso, por inteiro. Este texto tão severo deixa entrever o enorme que era a polêmica das comunidades de Mateus com as comunidades dos judeus daquela época na Galiléia e na Síria.
·         Ao ler estes textos fortemente contrários aos fariseus devemos ter muito cuidado para não sermos injustos com o povo judeu. Nós os cristãos, durante séculos, tivemos atitudes anti-judaicas e, por isso mesmo, anti-cristãs. O que importa ao meditar estes textos é descobrir seu objetivo: Jesus condena a incoerência e a falta de sinceridade na relação com Deus e com o próximo. Está falando contra a hipocrisia tanto deles como nossa hoje.
·         Mateus 23,1-3: O erro básico: dizem e não fazem. Jesus se dirige à multidão e aos discípulos e critica os escribas e fariseus. O motivo do ataque é a incoerência entre palavra e prática. Falam e não praticam. Jesus reconhece a autoridade e o conhecimento dos escribas. “Estão sentados na cátedra de Moisés. Por isto, fazei e observai tudo que o digam. Porém, não imiteis sua conduta, porque dizem e não fazem!”.
·         Mateus 23,4-7: O erro básico se manifesta de muitas maneiras. O erro básico é a incoerência: “Dizem e não fazem”. Jesus enumera vários pontos que revelam uma incoerência. Alguns escribas e fariseus impõem leis pesadas às pessoas. Conheciam bem as leis, porém, não as praticavam, nem usam seu conhecimento para avaliar a carga sobre os ombros das pessoas. Faziam tudo para serem vistos e elogiados, usavam túnicas especiais para a oração, gostavam de ocupar lugares importantes e serem saudados em praça pública. Queriam ser chamados de “Mestres!”. Representavam um tipo de comunidade que mantinha, legitimava e alimentava as diferenças de classes e de posição social. Legitimava os privilégios dos grandes e a posição inferior dos pequenos. Agora, se existe uma coisa que Jesus não gosta são as aparências que enganam.
·         Mateus 23,8-12: Como combater o erro básico. Como dever ser uma comunidade cristã? Todas as funções comunitárias devem ser assumidas como um serviço: “O maior entre vós será vosso servidor!”. A ninguém se deve chamar de Mestre (Rabino), nem Pai, nem Guia. Pois, a comunidade de Jesus deve manter, legitimar, alimentar não as diferenças, mas sim a fraternidade. Esta é a lei básica: “Vocês são irmãos e irmãs!”. A fraternidade nasce da experiência de que Deus é Pai, e que faz de todos nós irmãos e irmãs. “Pois, o que se exaltar será humilhado, e o que se humilhar será exaltado!”
·         O grupo dos Fariseus. O grupo dos fariseus nasceu no século II antes de Cristo com a proposta de uma observância mais perfeita da Lei de Deus, sobretudo, das prescrições sobre a pureza. Eles eram mais abertos que os saduceus às novidades. Por exemplo aceitavam a fé na ressurreição e a fé nos anjos, coisa que os saduceus não aceitavam. A vida dos fariseus era um testemunho exemplar: rezavam e estudavam a lei durante oito horas ao dia; trabalhavam oito horas para poder sobreviver, descansavam e se divertiam outras oito horas. Por isso, eram considerados grandes líderes entre as pessoas. Deste modo, ao longo dos séculos, ajudaram as pessoas a conservar sua identidade e a não se perder.
·         A mentalidade chamada farisaica. Com o tempo, todavia, os fariseus se agarraram ao poder e deixaram de ouvir os chamados das pessoas, nem deixaram as pessoas falarem. A palavra “fariseu” significa “separado”. Sua observância era tão estrita e rigorosa que se distanciavam do convívio com as pessoas. Por isso, eram chamados “separados”. Daí nasce a expressão “mentalidade farisaica”. Eram pessoas que pensavam poder conquistar a justiça através de uma observância escrita e rigorosa da Lei de Deus. Geralmente, são pessoas medrosas, que não têm a coragem de assumir o risco da liberdade e da responsabilidade. Escondem-se atrás da lei e das autoridades. Quando estas pessoas alcançam uma função de comando, se tornam duras e insensíveis para esconder sua imperfeição.
·         Rabino, Guia, Mestre, Pai. São os quatro títulos que Jesus não permite que as pessoas usem. E, todavia, hoje na Igreja, os sacerdotes são chamados de “Pai” (padre). Muitos estudam nas universidades da Igreja e obtêm o título de “Doutor” (mestre). Muita gente faz direção espiritual e se aconselha com as pessoas que são chamadas “Diretor Espiritual” (guia). O que importa é que se tenha em conta o motivo que levou Jesus a proibir o uso destes títulos. Se, são usados para que uma pessoa se afirme em uma posição de autoridade e de poder, são mal utilizados e esta pessoa merece a crítica de Jesus. Se, são usados para alimentar a fraternidade e o serviço e para se aprofundar neles, não são criticados por Jesus.
PARA REFEXÃO PESSOAL
·         Quais são as motivações que tenho para viver e trabalhar na comunidade?
·         Como a comunidade me ajuda a corrigir e melhorar minhas motivações?
ORAÇÃO FINAL
·         (SALMO 49/50)
·         Hoje serei mais sensível ao que existe ao meu redor, sobretudo, ao que vive oprimido; a viúva, o órfão e as situações onde faz falta que brilhe a justiça de Deus. E, além disso, colocarei meu melhor empenho em fazer o bem de uma maneira real e concreta.





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