quinta-feira, 9 de abril de 2015

Lectio Divina - 09/04/15


DIA 09/04/15
PRIMEIRA LEITURA à Atos 3,11-26
·         O perigo que ameaça constantemente a Igreja é o de se fazer fim e não meio, de levar os homens a ela e não a Cristo. O povo estranha o fato novo que a comunidade cristã realiza em nome de Jesus. O fato se transforma em anúncio fundamental, convidando à conversão. O centro do texto é o nome de Jesus. Quem é Jesus? A releitura do Antigo Testamento leva a comunidade a reconhecer e anunciar Jesus como o Santo, o Justo, o Profeta definitivo e o Servo-Messias, que vai transformar radicalmente a condição humana, realizando o projeto de Deus e restaurando todas as coisas. Doravante, a ação de Deus em favor dos homens se realiza mediante o nome de Jesus. Pedro, interpretando o milagre do aleijado, afirma com veemência que é obra de Deus, não do apóstolo, nem da Igreja. A Igreja é apenas “testemunha” da obra de Deus, sinal e instrumento de salvação, mas não o centro. O centro está além. É Deus que nela opera. Deus é que deve ser glorificado, não ela. Por isto a Igreja é pobre, é o lugar onde Deus age, mas não é ela a agir. A Igreja é semente, a “serva” de seu Senhor, Cristo. Anuncia com palavras e ações o seu mistério. Ele, rejeitado e crucificado, é a salvação. Deus o ressuscitou e fez dele o autor da vida. Cristo é a vida. O homem, diante disto, deve fazer a opção “radical”. Aceitar na fé a Cristo como “salvação” da própria vida, ou recusá-lo.
ORAÇÃO INICIAL
  • Tu, Senhor, que nos salvou pelo mistério pascal, continua favorecendo com dons celestes teu povo, para que alcance a liberdade verdadeira e possa gozar da alegria do céu, que já começou a experimentar na terra. Por Nosso Senhor...
REFLEXÃO à Lucas 24,35-48
·         A ressurreição não é fruto da imaginação dos discípulos, nem se reduz a fenômeno puramente espiritual. A ressurreição é fato que atinge o próprio corpo; daí a identidade do ressuscitado com o Jesus terrestre.
·         Qualquer ação humana que traz mais vida para os corpos oprimidos, doentes, torturados, famintos e sedentos, não é apenas obra de misericórdia, mas é sinal concreto do fato central da fé cristã: a ressurreição do próprio Senhor Jesus. 
·         As primeiras comunidades cristãs tiveram dificuldade em ver, no Ressuscitado, o Jesus que havia sido crucificado. A tentação era a de não identificá-los e de tomá-los como duas pessoas distintas. O Evangelho explicita esta identificação aplicando ao Ressuscitado gestos típicos da antiga convivência de Jesus com os discípulos.
·         O Mestre come peixe assado e mel, diante deles. Entretanto, a prova melhor da identidade do Ressuscitado era oferecida pelas Escrituras. Lidas com atenção, ajudavam a comunidade cristã a compreender que o Cristo devia sofrer, mas também haveria de ressuscitar, por desígnio de Deus.
·         Os discípulos teriam a missão de ser anunciadores deste gesto amoroso do Pai para com Jesus, penhor de salvação para toda a humanidade. A comunidade cristã compreendeu que, se o Ressuscitado não fosse o mesmo Jesus que fora crucificado, a salvação de Deus não a teria atingido.
·         Os pecados da humanidade só foram redimidos porque Jesus foi capaz de vencê-los com sua morte de cruz. No entanto, se a última palavra na vida de Jesus tivesse sido a morte, com seu sabor de derrota, não tinha de se gloriar, pois em nada teria sido diferente dos demais seres humanos.
·         Quando a comunidade entendeu o verdadeiro sentido do "Sou Eu!" pronunciado pelo Ressuscitado, tornou-se capaz de fazer a conexão entre o passado e o presente e proclamar a fé no Jesus vivo e atuante no meio dela, incentivando-a a superar o medo e a proclamar as maravilhas operadas por Deus em seu Filho Jesus.
·         Após o encontro do túmulo vazio, Lucas narra as aparições do ressuscitado aos discípulos de Emaús e, agora, aos onze apóstolos e companheiros. O núcleo da narrativa é a comunicação da paz e a afirmação da realidade corpórea do ressuscitado.
·         É o próprio Jesus de Nazaré que foi crucificado, porém permanece na eternidade. A seguir, com a fala de Jesus, Lucas repete a menção ao cumprimento das Escrituras sobre Jesus. As comunidades de discípulos devem viver na paz, conscientes da presença de Jesus. Os discípulos são enviados a todas as nações como testemunhas da ressurreição.
·         É a confirmação da vida eterna comunicada por Jesus de Nazaré a todos, pela conversão. Então, o próprio Jesus aparece no meio deles e lhes comunica a paz. É a paz em plenitude, a paz da participação na vida eterna do Pai, que Jesus traz a todos. Jesus não foi destruído pela morte e sua missão de anunciar a conversão para participar da vida eterna deve ser continuada pelos discípulos em todas as nações.
·         Jesus aponta o caminho para a vida eterna: a conversão à prática da justiça, na plenitude do amor. Os discípulos de Jesus, em todos os tempos e povos, são convocados a testemunhar que um mundo novo onde reina a paz e o amor é possível.
PARA REFLEXÃO PESSOAL
  • A ressurreição pode ser considerada fruto da imaginação dos discípulos?
  • As primeiras comunidades tiveram dificuldades em ver o Ressuscitado?
  • Os discípulos foram enviados à todas as nações como testemunhas da ressurreição?
ORAÇÃO FINAL
·         (SALMO 117/118)
·         Senhor Jesus, que tua paz aconteça na minha vida e na vida das comunidades cristãs, para sermos, assim, testemunhas da tua Ressurreição.





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