DIA
04/05/15
PRIMEIRA LEITURA à Atos 14,5-18
- Esta passagem nos mostra, por um lado, que nem sempre a
adversidade é algo negativo, mas que é parte do misterioso plano de Deus.
É graças a esta perseguição que acontece em Icônio, que Paulo e Barbabé
pregaram o Evangelho em outras cidades. Isto é importante lembrar,
sobretudo, quando as coisas em nossa vida não vão como nós esperávamos, e
mais ainda, quando por estas circunstâncias nos vemos obrigados a deixar
um trabalho, uma cidade, ou uma associação. Devemos sempre pensar que Deus
está nos brindando agora a oportunidade de levar a boa nova do Evangelho a
outras comunidades, de levar a alegria e a salvação a quem ainda vive na
obscuridade do pecado. Por outro lado, nos fala do perigo que temos de sermos
vencidos pela adulação das pessoas que vendo nossa vida e as obras que
Deus realiza por nosso meio, cheguemos a pensar que somos merecedores da
glória que só pertence a Deus. Sejamos, pois, cautelosos, e em toda boa
obra que realizemos demos sempre a glória ao único que pertence: a Deus.
ORAÇÃO INICIAL
- Oh Deus que unes os corações de teus fiéis no mesmo desejo,
inspira em teu povo o amor a teus preceitos e a esperança a tuas
promessas, para que, no meio das vicissitudes do mundo, nossos corações
estejam firmes na verdadeira alegria. Por Nosso Senhor...
REFLEXÃO à João 14,21-26
- Como dizíamos anteriormente, o capítulo 14 de João é um bonito
exemplo de como se praticava a catequese nas comunidades da Ásia Menor no
final do primeiro século. Através das perguntas dos discípulos e das
respostas de Jesus, os cristãos iam formando a consciência e encontravam
uma orientação para seus problemas. Assim, neste capítulo 14, temos a
pergunta de Tomé e a resposta de Jesus (Jo 14,5-7), a pergunta de Felipe e
a resposta de Jesus (Jo 14,8-21), e a pergunta de Judas e a resposta de
Jesus (Jo 14,22-26). A última frase da resposta de Jesus a Felipe (Jo
14,21) constitui o primeiro versículo do evangelho de hoje.
- João 14,21: EU O AMAREI E ME MANIFESTAREI A ELE. Este versículo é
o resumo da resposta de Jesus a Felipe. Felipe havia dito: “Mostra-nos o
Pai e isto nos basta!” (Jo 14,8). Moisés havia perguntado a Deus:
“Mostra-nos tua glória!” (Es 33,18). Deus respondeu: “Não poderás ver meu
rosto, porque ninguém poderá ver-me e continuar vivo” (Es 33,20). O Pai
não poderá ser mostrado. Deus habita uma luz inacessível (1Tm 6,16). “Deus nunca ninguém verá” (1Jo 4,12).
Porém, a presença do Pai poderá ser experimentada através da experiência
do amor. Diz a primeira carta de João: “Quem não ama não conhece Deus,
porque Deus é amor”. Jesus disse a Felipe: “O que tem meus mandamentos e
os guarda, esse é o que me ama. E o que me ama, será amado de meu Pai. E
eu lhe amarei e me manifestarei a ele”. Observando o mandamento de Jesus,
que é o mandamento do amor ao próximo (Jo 15,17), a pessoa mostra seu amor
por Jesus. E quem ama Jesus, será amado pelo Pai e pode ter a certeza de
que o Pai se manifestará. Na resposta a Judas, Jesus dirá como acontece
esta manifestação do Pai em nossa vida.
- João 14,22: A PERGUNTA DE JUDAS, PERGUNTA DE TODOS. A pergunta de
Judas: “O que é que vais manifestar para nós e não para o mundo?”. Esta
pergunta de Judas reflete um problema que é real até hoje. Às vezes,
aflora em nós cristãos a idéia de que somos melhores que os demais e que
Deus nos ama mais que aos outros. Deus faz distinção de pessoas?
- João 14,23-24: RESPOSTA DE JESUS. A resposta de Jesus é simples e
profunda. Repete o que acabou de dizer a Felipe. O problema não é se os
cristãos são amados por Deus mais que os outros, o se os outros são
desprezados por Deus. Não é este o critério da preferência do Pai. O
critério da preferência do Pai é sempre o mesmo: o amor. “Se alguém me
ama, guardará minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos a ele, e faremos
morada nele. Quem não me ama, não guarda minhas palavras”.
Independentemente do fato que a pessoa seja ou não cristã, o Pai se
manifesta a todos aqueles que observam o mandamento de Jesus que é o amor pelo próximo (Jo 15,17). Em
que consiste a manifestação do Pai? A resposta a esta pergunta está
impressa no coração da humanidade, na experiência humana universal.
Observe a vida das pessoas que praticam o amor e fazem de sua vida uma
entrega aos demais. Examina tua própria experiência. Independentemente da
religião, da classe, da raça ou da cor, a prática do amor nos dá uma paz
profunda e uma alegria que conseguem conviver com a dor e o sofrimento.
Esta experiência é o reflexo da manifestação do Pai na vida das pessoas. E
é a realização da promessa: Eu e meu Pai viremos a ele e faremos morada
nele.
- João 14,25-26: A PROMESSA DO ESPÍRITO SANTO. Jesus termina sua
resposta a Judas dizendo: Tenho dito estas coisas estando convosco. Jesus
comunicou tudo o que ouviu do Pai (Jo 15,15).Suas palavras são fonte de
vida e devem ser meditadas, aprofundadas e atualizadas constantemente à
luz da realidade sempre nova que nos envolve. Para esta meditação
constante de suas palavras Jesus nos promete a ajuda do Espírito Santo:
“Porém, o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, os
ensinará tudo e os lembrará tudo o que eu vos tenho dito”.
PARA REFLEXÃO PESSOAL
- Jesus disse: Eu e meu Pai viremos a ele e faremos morada nele.
Como experimento esta promessa?
- Temos a promessa do dom do Espírito para ajudar-nos a entender a
palavra de Jesus: Invoco a luz do Espírito quando vou ler e meditar a
Escritura?
ORAÇÃO FINAL
- (SALMO 113b/115)
- Reconhecerei que os dons e virtudes que possuo não são por meus méritos, mas sim, pela graça de Deus.
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