quinta-feira, 7 de maio de 2015

Lectio Divina - 07/05/15


DIA 07/05/15
PRIMEIRA LEITURA à Atos 15,7-21
  •  O discurso de Pedro é fundamental e contém a orientação conciliar. Pedro parte de fatos concretos: ele foi o primeiro evangelizador dos pagãos e compreendeu que Deus não faz distinção entre pagão e judeu (cf. At 10,34.44-47), mas concede a ambos o mesmo Espírito Santo que leva o homem a seguir Jesus. Depois, Pedro salienta que os costumes judaicos são um jugo, isto é, um elemento cultural que não deve ser imposto aos pagãos, pois o que salva a todos é a graça que leva à fé em Jesus Cristo. Barnabé e Paulo reforçam o testemunho de Pedro. Tiago é a maior autoridade na igreja de Jerusalém. Falando aos judeu-cristãos ele reforça a afirmação de Pedro e a fundamenta no Antigo Testamento. Os versículos 20-21 (e igualmente o versículo 29) faltam em textos antigos; alguns estudiosos acham que foram acrescentados posteriormente ao livro ou modificados. Parece que Lucas juntou duas reuniões diferentes num só relato. Primeiro, houve uma, onde não fizeram restrições e na qual se dava plena liberdade às igrejas dos pagãos convertidos (cf. Gl 2,1-10). Depois apareceram dificuldades pastorais em comunidades onde havia judeus e pagãos. Os judeus aceitavam os outros como irmãos em Cristo, mas não comiam com eles para não ficarem impuros (cf. Gl 2,11ss). Então Tiago decretou essas restrições para tais igrejas de judeus e pagãos. O judeu não goza de vantagem alguma ou privilégio em face do pagão que se converte, porque a conversão é para ambos fruto da graça, e a graça não está ligada à economia da lei, nem às observâncias judaicas, nem às demais obras do homem. Não tem, pois, o menor sentido impor aos neoconvertidos do paganismo leis e observâncias que, com a vinda de Cristo, não mais têm significado algum. Deus “que conhece os corações, nenhuma distinção faz entre judeus e pagãos. Com as palavras de Pedro, a Igreja deixa para trás uma perigosa crise e liberta-se dos entraves de um passado glorioso, mas doravante superado pelos acontecimentos, sobretudo pelo evento único e irrepetível de Cristo. Esta página continua sendo de perene atualidade. Ao longo de sua história, a Igreja será continuamente tentada a ligar-se e a identificar-se com práticas, observâncias, modelos de cultura, que lhe tolherão a liberdade e a plena disponibilidade para os novos povos que lhe baterão à porta. Uma Igreja livre e fiel a Cristo deverá ser sempre consciente de que “nada se deve impor àqueles que se convertem a Deus”, senão o próprio Deus.

ORAÇÃO INICIAL
  • Senhor Deus todo poderoso, que, sem mérito algum de nossa parte, nos tem feito passar da morte para a vida e da tristeza para a alegria, não coloque fim a teus dons, nem cesse de realizar tuas maravilhas em nós, e concede aos que forem justificados pela fé, a força necessária para perseverar sempre nela. Por Nosso Senhor...
REFLEXÃO à João 15,9-17
  • O evangelho de hoje é de apenas três versículos, que dão continuidade ao evangelho de ontem e jogam mais luz para aplicar na comparação da videira e da vida das comunidades. A comunidade é como uma videira. Passa por momentos difíceis. É o momento da poda, momento necessário para que se produza mais fruto.
  • João 15,9-11: PERMANECER NO AMOR, FONTE DA PERFEITA ALEGRIA. Jesus permanece no amor do Pai observando os mandamentos que Dele recebeu. Nós permanecemos no amor de Jesus observando os mandamentos que Ele nos deixou. E devemos observá-los do mesmo modo que ele observou os mandamentos do Pai: “Se guardais meus mandamentos, permanecereis em meu amor, como Eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço em seu amor”. E nesta união de amor do Pai e de Jesus esta a fonte da verdadeira alegria: “Tenho-vos dito isto, para que minha alegria esteja convosco, e vossa alegria seja plena!”.
  • João 15,12-13: AMAR OS IRMÃOS COMO ELE NOS AMOU. O mandamento de Jesus é um só: “amar-nos uns aos outros como Ele nos amou!” (Jo 15,12). Jesus supera o Antigo Testamento. O critério antigo era: “Amarás teu próximo como a ti mesmo” (Lv 18,19). O novo critério é: “Amar-vos uns aos outros como eu vos amado”. Aqui Jesus diz a frase: “Não existe amor maior do que aquele que dá a vida para seus irmãos!”.
  • João 15,14-15: AMIGOS E NÃO SERVOS. “Sereis meus amigos. Vós sois meus amigos, se fizeres o que Eu mando”, a saber, a prática do amor até o dom total de si. Em seguida, Jesus coloca um ideal altíssimo para a vida dos discípulos e das discípulas. E lhes diz: “Não os chamo de servos, porque o servo não sabe o que o seu amo faz, chamo-vos de amigos, porque tudo o que ouvi de eu Pai lhes dei a conhecer”. Jesus não tinha segredos para seus discípulos e suas discípulas. Tudo o que ouvia do Pai ele lhes contava. É este o ideal bonito da vida em comunidade: chegarmos a transparência total, ao ponto de não ter segredos entre nós e de podermos confiar totalmente um no outro, de podermos compartilhar a experiência que temos de Deus e da vida e, assim, enriquecermos mutuamente. Os primeiros cristãos conseguiram realizar este ideal durante alguns anos. Eles “eram um só coração e uma só alma” (At 4,32; 1,14; 2,42.46).
  • João 15,16-17: FOI JESUS QUEM NOS ESCOLHEU. Não fomos nós que escolhemos Jesus. Foi Ele que nos encontrou, nos chamou e nos deu a missão de ir e dar fruto, um fruto que permaneça. Nós necessitamos Dele, porém, Ele também necessita de nós para poder continuar fazendo o que fez para as pessoas da Galiléia. A última recomendação foi: “Isto Eu vos mando: que ameis uns aos outros!”.
  • O SIMBOLO DA VIDEIRA NA BÍBLIA. O povo da Bíblia cultivava vinha e produzia um bom vinho. A colheita da uva era uma festa, com cantos e danças. Foi dali que teve origem o canto da vinha, usado pelo profeta Isaias. Ele compara o povo de Israel com uma vinha (Is 5,1-7; 27,2-5; Sal 80,9-19). Antes dele, o profeta Oséias já havia comparado Israel com uma vinha exuberante que quantos mais frutos produziam, mais multiplicava suas idolatrias (Os 10,1). Este tema também foi utilizado por Jeremias, que comparou Israel a uma vinha bastarda (Jr 2,21), dela é que iam ser arrancados os ramos (Jr 5,10;6,9). Jeremias usa estes símbolos porque ele mesmo teve uma vinha que foi pisada e devastada pelos invasores (Jr 12,10). Durante o cativeiro da Babilônia, Ezequiel usou o símbolo da videira para denunciar a infidelidade do povo de Israel. Contou três parábolas sobre a videira: (a)-A videira queimada que já não serve par nada (Ez 15,1-8); (b)-A videira falsa plantada e protegida pelas duas águas, símbolos dos reis da Babilônia e do Egito, inimigos de Israel (Ez 17,1-10). (c)-A videira destruída pelo vento oriental, imagem do cativeiro da Babilônia (Ez 19,10-14). A comparação da videira foi usada por Jesus em várias parábolas: os trabalhadores da vinha (Mt 21,1-16); os dois filhos que devem trabalhar na vinha (Mt 21,33); os que alugaram uma vinha, não pagaram o dono, espantaram seus servos e mataram seu filho (Mt 21,33-45); a figueira estéril plantada na vinha (Lc 13,6-9); a videira e os sarmentos (Jo 15,1-17)
PARA REFLEXÃO PESSOAL
  • Somos amigos e não servos. Como vivo isto em minha relação com as pessoas?
  • Amar como Jesus nos amou. Como cresce em mim este ideal de amor?
ORAÇÃO FINAL
  • (SALMO 96,2-3)
  • Durante este dia, far-me-ei consciente da importância e prioridade de Jesus em minhas decisões, perguntarei verbalmente ao Senhor sobre cada coisa que ocorra, desde as mais simples até as mais sérias.




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