quinta-feira, 21 de maio de 2015

Lectio Divina - 21/05/15


DIA 21/05/15
PRIMEIRA LEITURA à Atos 22,30;23,6-11
  • Jesus havia anunciado no momento da Ascensão que o Evangelho haveria de ser anunciado a todo mundo. Paulo, que foi chamado pelo Senhor a ser seu testemunho, terá agora que ir até ao berço do Império para aí, diante do imperador, dar testemunho de Jesus. É importante nesta passagem dar-nos conta que se no princípio Paulo evangelizava por iniciativa própria e ia onde ele queria, agora é o próprio Senhor, que valendo-se das circunstâncias, o envia à Roma. Pensemos quantas vezes, Deus nos envia à diferentes cidades, trabalhos, ambientes e nos desestabiliza, para com isso levar-nos a uma nova oportunidade de pregar e de ser seu testemunho. O que muitas vezes consideramos uma “tragédia” ou uma situação desagradável pode ser o converter-se na ocasião que Deus nos propõe para que nosso testemunho se faça visível e desta maneira atrair para Ele outras pessoas, que de outra maneira possivelmente nunca o haveriam conhecido. Saibamos descobrir em tudo a mão amorosa de Deus que nos convida a ser seus testemunhos, até os últimos confins do mundo.
ORAÇÃO INICIAL
  • Que teu Espírito Senhor, nos penetre com sua força, para que nosso pensamento te seja grato e nosso trabalho concorde com tua vontade. Por Nosso Senhor...
REFLEXÃO à João 17, 20-26
  • O evangelho de hoje nos apresenta a terceira e última parte da Oração Sacerdotal, na qual Jesus olha para o futuro e manifesta seu grande desejo de unidade entre nós, seus discípulos, e para a permanência de todos no amor que unifica, pois, sem amor e sem unidade não merecemos credibilidade.
  • João 17,20-23: Para que o mundo acredite que tu me enviaste. Jesus alarga o horizonte e reza ao Pai: Não rogo só por estes, mas também por aqueles que, por meio de sua palavra, acreditaram em mim, para que todos sejam um. Como tu, Pai, em mim e Eu em ti, que eles também sejam um em nós, para que o mundo acredite que tu me enviaste. Aqui aflora a grande preocupação de Jesus pela união que deve existir nas comunidades. Unidade não significa uniformidade, mas sim, permanecer no amor, apesar de todas as tensões e de todos os conflitos. O amor que unifica a ponto de criar entre todos, ma profunda unidade, como aquela que existe entre Jesus e o Pai. A unidade no amor revelada na Trindade é o modelo para as comunidades. Por isto, através do amor entre as pessoas, as comunidades revelam ao mundo a mensagem mais profunda de Jesus. Como as pessoas diziam aos primeiros cristãos: “Olhem como se amam!”. É trágica a atual divisão entre as três religiões nascidas de Abraão: judeus, cristãos e muçulmanos. Mais trágica, todavia, é a divisão entre os cristãos que dizem que acreditam em Jesus. Divididos, não merecemos credibilidade. O Ecumenismo está no centro da última oração de Jesus ao Pai. É seu testamento. Ser cristão e não ser ecumênico é um contra senso. Contradiz a última vontade de Jesus.
  • João 17,24-26: Que o amor que Tu me amaste esteja neles. Jesus não quer ficar só. Diz: Pai, os que tu me deste, quero que onde eu esteja também estejam comigo, para que contemplem minha glória, a que me tens dado, porque me amou antes da criação do mundo. A felicidade de Jesus é que todos nós estejamos com Ele. Quer que seus discípulos tenham a mesma experiência que Ele teve do Pai. Quer que conheçam o Pai como Ele o conheceu. Na Bíblia, a palavra conhecer não se reduz a um conhecimento teórico racional, mas envolve a experiência e a presença de Deus na conivência de amor com as pessoas na comunidade.
  • Que sejam um como nós! (Unidade e Trindade no evangelho de João). O evangelho de João nos ajuda muito na compreensão do mistério da Trindade, a comunhão entre as pessoas divinas: O Pai, o Filho e o Espírito. Dos quatro evangelhos, João é o que acentua a profunda unidade entre o Pai e o Filho. Pelo texto do Evangelho (Jo 17,6-8) sabemos que a missão do Filho é a suprema manifestação do amor do Pai. E é justamente esta unidade entre o Pai e o Filho que faz proclamar Jesus: Eu e o Pai somos uma só coisa (Jo 10,30). Entre Ele e o Pai existe uma unidade tão intensa que quem vê o rosto de um, vê também o rosto do outro. Cumprindo esta missão de unidade recebida do Pai, Jesus revela o Espírito. O Espírito da Verdade vem do Pai (Jo 15,26). O Filho pede (Jo 14,16), e o Pai envia o Espírito a cada um de nós para que permaneça em nós, dando-nos ânimo e força. O Espírito nos vem do Filho também (Jo 16,7-8). Assim, o Espírito da Verdade, que caminha conosco, é a comunicação da profunda unidade que existe entre o Pai e o Filho (Jo 15,26-27). O Espírito não pode comunicar outra verdade que não seja a Verdade do Filho. Tudo o que se relaciona com o mistério do Filho, o Espírito o dá a conhecer (Jo 16,13-14). Esta experiência da unidade em Deus foi muito forte nas comunidades do Discípulo Amado. O amor que une as pessoas divinas Pai e Filho e Espírito nos permite experimentar Deus através da união com as pessoas em uma comunidade de amor. Assim, também, era a proposta da comunidade, onde o amor deveria ser o sinal da presença de Deus no meio da comunidade (Jo 13,34-35). E este amor construiu a unidade dentro da comunidade (Jo 17,21). Eles olhavam a unidade em Deus para poder entender a unidade entre eles.
PARA REFLEXÃO PESSOAL
  • Dizia o bispo Dom Pedro Casaldáliga: “A Trindade é ainda melhor que a comunidade”. Na comunidade na qual é membro, percebe algum reflexo humano da Trindade Divina?
  • Ecumenismo. Você é ecumênico?
ORAÇÃO FINAL
  • (SALMO 15/16)
  • Hoje farei uma recontagem de situações difíceis em minha vida e vou pensar como posso dar um melhor testemunho de minha fé nesses casos que, no futuro, quando tornar a passar por alguma circunstância semelhante, possa dar um verdadeiro testemunho.





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