DIA 23/06/2015
PRIMEIRA LEITURA à
Gênesis 13,2.5-18
·
Ló
escolhe a região onde estão localizadas cidades-estado como Sodoma e Gomorra;
assim ele entra no âmbito de uma estrutura que se sustenta graças à exploração
e opressão do povo. Abraão, ao invés, fica aberto para uma história nova,
fundada unicamente na promessa e no projeto de Deus. Não tomando a dianteira
para escolher a sua parte, mais uma vez Abraão entrega-se a Deus na fé, para
que este lhe aponte o caminho. Desde quando existem caminhos, a "encruzilhada"
é considerada pelo homem como um símbolo. Toda decisão é de fato uma escolha
entre alternativas que, por sua vez, se apóiam em motivações de fundo. A
encruzilhada que se apresenta a Abraão e Ló é a escolha
generosidade-facilidade. A Escritura sublinha desta forma a figura de Abraão
como tipo do homem livre. Desprendido de toda preferência externa, adquire
grande riqueza interna. Sua liberdade se traduz em capacidade de deslocamento,
de mudança sem tragédias. A razão é que ele não procura um "posto", e
sim a fidelidade às pessoas, em primeiro lugar a Deus. Em Abraão vemos a
liberdade que cresce no terreno fértil da generosidade em toda escolha. Dai
nasce uma vida que é contínua esperança numa promessa: Abraão é o homem (todo
homem) que confia em Deus, que alimenta sua esperança com uma contínua
generosidade. É o homem que “sabe perder-se a si mesmo sem cálculos, para se
reencontrar e aos outros em Deus, único imenso bem comum”.
ORAÇÃO INICIAL
- Concede-nos
viver sempre Senhor, no amor e respeito a teu santo nome, porque jamais
deixas de dirigir a quem estabelece no sólido fundamento de teu amor. Por
Nosso Senhor...
REFLEXÃO à Mateus 7,6.12-14
- DISCERNIMENTO
E PRUDÊNCIA AO OFERECER COISAS DE VALOR. Em suas relações com os demais,
Jesus coloca em guarda algumas atitudes perigosas. O primeiro é não
julgar: trata-se de uma verdadeira proibição, “não julgueis”, ação que
evita todo desprezo ou condena os outros. O último juízo é competência
exclusiva de Deus; nossos parâmetros e critérios são relativos, estão
condicionados por nossa subjetividade. Toda condenação dos demais se torna
também condenação de si mesmo, porquanto, nos coloca sob o juízo de Deus e
se auto-exclui do perdão. Se teu está limpo, isto é, se está livre de todo
o juízo para o irmão, pode relacionar-se com ele de maneira verdadeira
diante de Deus.
- Vejamos
as palavras de Jesus que o texto nos oferece: “Não deis aos cachorros o
que é santo, nem jogues vossas pérolas diante dos porcos, eles a
pisotearam com suas patas, e depois, voltando-se, as despedaçarão”. A
primeira vista, este “ditado” de Jesus parece estranho à sensibilidade do
leitor atual. Pode apresentar-se como um verdadeiro enigma. Na verdade
trata-se de uma maneira de dizer, de uma linguagem semítica que requer ser
interpretada. No tempo de Jesus, como na cultura antiga, os cachorros não
eram muito apreciados porque eram considerados semi-selvagens e das ruas.
Vejamos agora o aspecto positivo e didático-sapiencial das palavras de
Jesus: não profanar as coisas santas é, afinal de contas, um convite a
usar a prudência e o discernimento. No AT as coisas santas são: a carne
para o sacrifício (Lv 22,14;Es 29,33ss;Nm 18,8-19). Também a proibição de
jogar as pérolas aos porcos é incompreensível. Para os hebreus, os porcos
são animais impuros, como a quinta-essência da repugnância. Pelo
contrário, as pérolas é o mais precioso que se pode haver. A advertência
de Jesus se refere àquele que sacia aos cachorros de rua com a carne
consagrada e destinada ao sacrifício. Tal comportamento é tido como mau e
com freqüência imprudente, pois, normalmente aos cachorros não se dava de
comer e, movidos por sua fome insaciável, podiam voltar e roubar seus
“benfeitores”. Á nível metafórico, as pérolas indicariam os ensinamentos
dos sábios e as interpretações da “torah”. No evangelho de Mateus, a
pérola é imagem do reino de Deus (Mt 13.45ss). A interpretação que faz o
evangelista ao colocar esta advertência de Jesus, é principalmente
teológica. Seguramente a interpretação que nos parecerá mais de acordo com
o texto a leitura das palavras de Jesus é: uma advertência aos
missionários cristãos de não pregar o evangelho a qualquer um.
- O
CAMINHO A SEGUIR. No final do discurso Mateus coloca, entre outras
questões, uma exortação conclusiva de Jesus, que convida a fazer uma
escolha decisiva para entrar no reino dos céus: a porta estreita
(7,13-14). A palavra de Jesus não é só algo que precisamos compreender e
interpretar, mas, sobretudo, tem que tomar parte da vida. Para entrar no
reino dos céus é necessário seguir um caminho e entrar na plenitude da
vida atravessando uma “porta”. O tema do “caminho” é muito apreciado no
AT. O caminho representado nas duas portas conduz a metas diversas. Uma
significação coerente das advertências de Jesus seria que a porta ampla se
une ao caminho amplo que conduz a perdição, isto é, recorrer a um caminho
amplo sempre é agradável, porém, isto não se diz em nosso texto. Parece
que Mateus concorda como conceito judeu de “caminho”: seguindo Dt 30,19 e
Jr 21,8, encontram-se dois caminhos que se contrapõem, o da morte e o da
vida. Saber escolher entre dois modos diversos de vida é decisivo para entrar
no reino dos céus. O que escolhe a via estreita, da vida, deve saber que
está plena de aflições; ao dizer estreita indica que no sofrimento se
encontra a prova da fé.
PARA REFLEXÃO PESSOAL
- Como
a palavra de Jesus tem causado impacto em teu coração? Você ouve as
palavras para viver sob o olhar do Pai e para mudar pessoalmente e em tuas
relações com os irmãos?
- A
palavra de Jesus, o melhor, o próprio Jesus é a porta que introduz na vida
filial e fraterna. Você se deixa guiar e atrair pela via estreita e
exigente do evangelho? Continua na via ampla e fácil, que consiste em faze
os próprios desejos, e que passa por alto às necessidades dos demais?
ORAÇÃO FINAL
- (SALMO
14)
- Hoje
refletirei alguns momentos diante de tomar minhas grandes decisões, para deixar
que o Espírito Santo me guie agir para a glória de Deus.
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