sexta-feira, 26 de junho de 2015

Lectio Divina - 26/06/15


DIA 26/06/15
PRIMEIRA LEITURA à Gênesis 17,1.9-10.15-22
·         A mudança do nome indica um compromisso com Deus para realizar uma missão. A circuncisão é um rito que indica a pertença ao povo com o qual Deus faz aliança. Esse rito, como o batismo, supõe o compromisso de viver conforme Deus quer. (versículo 1). Notemos que tanto os livres como os escravos são circuncidados: o povo de Deus nasce aberto para todos, e diante de Deus são todos iguais. É um convite para que os homens também realizem essa igualdade entre si. A fé do homem bíblico, iluminada por Deus, reinterpretou um rito natural, comum a outros povos, como sinal da aliança. Essa atitude nos esclarece sobre um traço da “mentalidade sacramental” em nosso relacionamento com Deus. Quando Jesus, na maturidade dos tempos, “instituiu” os sacramentos, não inventa uma realidade semelhante a um meteorito, uma instituição que cai do alto e é imposta ao homem. Trata-se, ao contrário, de algo que tem suas raízes na antropologia, na condição humana. Negá-lo seria mutilar o próprio homem. Deus é criador e salvador, ao mesmo tempo, da natureza e da graça. Esta não é um “segundo plano” ao qual se poderia subir à vontade. Linguagens, danças, reuniões dizem-nos claramente que o homem necessita do que é sensível para conhecer e exprimir-se. Evidentemente nem todos os sinais são autênticos. Podem ser vazios ou enganadores: gestos mecânicos, costumes inspirados no interesse, na hipocrisia ou no conformismo social. Toda a Bíblia ergue a voz contra o formalismo e o ritualismo. O que interessa a Deus é o “coração”, o modo como o homem se coloca em face do Senhor, dos homens, dos acontecimentos.
ORAÇÃO INICIAL
·         Pai, purifica o meu coração, de modo que esteja a salvo do egoísmo desumanizador.
REFLEXÃO à Mateus 8,1-4
·         O leproso era um marginalizado na vida social (Lv 13,45-46). Através da cura, Jesus o reintegra na comunidade (Lv 14). O verdadeiro cumprimento da Lei não é declarar quem é puro ou impuro, mas fazer com que a pessoa fique purificada.
·         Enquanto o leproso curado testemunha a ação de Jesus, este se retira para refontizar a sua missão em Deus Pai, e assim continuar a sua obra. A cena do encontro de Jesus com um leproso, e sua cura, é carregada de sentido.
·         O milagre acontece no âmbito de relações interpessoais. De um lado, está Jesus, cujo poder taumatúrgico é muito conhecido, bem como sua disposição a colocar-se a serviço dos oprimidos de todos os tipos.
·         De outro, encontra-se um indivíduo estigmatizado por causa de uma doença, que afastava de si as pessoas e o obrigava a viver segregado de qualquer contato social. Havia algo ainda mais grave: a lepra excluía-o da comunidade religiosa, portanto, de Deus.
·         O milagre de Jesus consistirá em refazer a 'rede de relações da qual o leproso fora afastado. O segundo é o âmbito da vontade livre. Aí, Jesus age de maneira bem simples: nada de gestos mágicos nem de cerimônias.
·         O leproso recorre a ele, com toda a liberdade e confiança: "Senhor, se tu queres, tens o poder de purificar-me". E Jesus o cura com um ato de sua vontade: "Eu quero, fique purificado". A doença do leproso não o compele a buscar a cura, independentemente de sua vontade.
·         O terceiro é o âmbito da fé. Se o homem recorreu a Jesus, foi porque reconhecia seu poder. Sem este pressuposto, não seria movido a desrespeitar uma convenção social, e a aproximar-se do Mestre. 
·         Jesus veio não para o "pequeno resto de Israel", como se consideravam as elites religiosas de Jerusalém, mas para a comunicação e a comunhão com as multidões.
·         Todos os quatro evangelistas mencionam continuamente a presença de Jesus entre as multidões, tanto de gentios como de judeus, acolhendo-as, deixando-se tocar por elas e as tocando, dirigindo-lhes a palavra e resgatando-lhes a vida e a dignidade.
·         O leproso que se aproxima de Jesus, caindo de joelhos, pede por sua purificação. A lepra era caracterizada como impureza e não como doença, incorrendo nas exclusões legais.
·         O leproso devia afastar-se das comunidades, viver isolado, com vestes rasgadas e má aparência, gritando: "impuro, impuro..." (Lv 13,44-46), e quem o tocasse tornar-se-ia também um impuro.
·         Jesus toca o leproso, transgredindo a lei, porém em vez de tornar-se impuro, o leproso que é purificado. Jesus, compassivo, conscientemente despreza a estrutura religiosa legalista emanada do Templo de Jerusalém e das sinagogas, desobedecendo e removendo seus critérios. Ele reintegra o excluído pelo sistema legal religioso, infringindo os preceitos e normas deste sistema.Jesus, com sua prática libertadora e vivificante, acolhe este homem que se prostra diante dele, tocando-o, livrando-o da doença e da exclusão.
·         A acolhida e a identificação com o excluído restitui-lhe a dignidade, integrando-o na comunidade.
PARA REFLEXÃO PESSOAL
·         Por que os leprosos eram marginalizados?
·         Em que consistia os milagres de Jesus?
·         Jesus transgrediu a lei tocando o leproso?
ORAÇÃO FINAL
·         (SALMO 127)





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